[weglot_switcher]

Seca extrema e severa no sul leva Governo a manter e tomar novas medidas

Os ministros do Ambiente e da Agricultura salientaram hoje que o sul do país está em seca extrema e severa, e mantiveram medidas para poupar água, anunciado outras como suspensão de novas estufas no sudoeste alentejano.
21 Abril 2023, 16h50

As medidas foram anunciadas no final de uma reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca (CPPMAES) pelos ministros do Ambiente, Duarte Cordeiro, e da Agricultura, Maria do Céu Antunes.

Citando dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), referentes a 15 de abril, os responsáveis disseram que 18,6% do país está já em seca severa e que 10,1% em seca extrema.

A seca severa afeta o sul do país e uma pequena parte no nordeste transmontano, e a seca extrema afeta o sul do país, alertou a ministra da Agricultura.

Na reunião da CPPMAES, explicou, foram tomadas ou mantidas medidas para a região sul, Alentejo e Algarve, uma delas a de, na zona do Mira, interditar novas instalações de culturas permanentes e de “estufas e afins”.

“Estamos a entrar num período de novo difícil”, estando a 15 de abril “com uma situação que já se faz antever de muito difícil”, avisou Maria do Céu Antunes.

Aliás, acrescentou, a perspetiva é que a situação se agrave.

Em relação às albufeiras, se a maioria permite com segurança garantir a campanha de rega deste ano, há várias a sul com contingências para abastecimento humano e agricultura.

Maria do Céu Antunes referiu-se aos aproveitamentos hidroagrícolas de Campilhas e Alto Sado (que inclui Campilhas, Fonte Cerne, Monte Gato e Monte da Rocha), que estão “em situação mais difícil, com um plano de contingência” que pode levar nalguns casos à interdição do uso de água para rega.

E também no Mira, nomeadamente Santa Clara, e nos aproveitamentos hidroagrícolas que incluem Silves, Lagoa e Portimão, e o Alvor, a partir da Bravura.

No caso de Silves, Lagoa e Portimão, prevê-se uma transferência de água das albufeiras do Funcho para Arade e a aplicação do plano de contingência. No Alvor mantêm-se as duas captações recuperadas no ano passado, disse a ministra.

Com Campilhas e Alto Sado com restrições totais para agricultura, disse a ministra que no Mira, com base num acordo entre os dois ministérios e os agricultores, decidiu-se baixar a quota de captação, associada a um “plano de contingência muito restritivo”.

A ministra disse que hoje mesmo fez um despacho que para já vai interditar para as áreas beneficiadas a instalação de novas culturas permanentes “assim como a instalação de novas estufas e afins”.

“E não vamos permitir regar nomeadamente as áreas que também não tiveram rega em 2022”, acrescentou.

No Mira estão a ser feitos investimentos para por exemplo reabilitar o canal de rega, havendo também a intenção de construir uma dessalinizadora. Há investimentos também em Campilhas e Alto Sado, para serem concluídos até 2025, sem contar com investimentos já a serem feitos no Algarve (Alvor, Silves , Lagoa e Portimão).

Maria do Céu Antunes ressalvou que após ser decretada a situação de seca podem ser criadas medidas para ajudar os agricultores.

Num comunicado hoje divulgado sobre a situação a 15 de abril, o IPMA refere que a temperatura máxima do ar esteve quase sempre acima da média, que houve uma onda de calor de 02 a 11 de abril em metade das estações meteorológicas, e que os valores de precipitação foram “muito inferiores ao normal” em todo o território, sendo que no sul não choveu.

A 15 de abril, em termos de seca meteorológica, em 21,8% do território a situação era normal, em 28,3% era de seca fraca, em 21,2% de seca moderada, em 18,6% de seca severa, e em 10,1 de seca extrema.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.