No dia 15 de abril do ano da graça de 1452, como já houve por hábito dizer-se, nasceu essa figura extraordinária que dá pelo nome de Leonardo da Vinci. Deixou-nos mundos infinitos em diversos domínios, mas terá sido a pintura e o desenho que o imortalizaram no imaginário dos comuns mortais. Talvez por isso, o dia 15 de abril celebra os profissionais e artistas que fazem do traço a sua arte.
E se a 15 de abril se celebra o Dia Mundial do Desenhador, em memória do nascimento do mestre italiano, este ano que a data coincide com um feriado, haverá ainda mais razões para – e desculpas – para fazer disso o mote para visitar algumas exposições em que o desenho é o ponto de partida e de chegada. O mesmo é dizer, nos seus desdobramentos vários, da ilustração às artes gráficas, passando pela banda desenhada.
Sugestões para passear por Lisboa, descobrir artistas e reencontrar outros.
DE MANHÃ SOU KASPER ANDERSEN | Ilustrações
Kasper Andersen anda à solta nos Coruchéus, ou melhor, na respetiva Biblioteca. Tomou-a de assalto, explora-lhe os recantos para nos contar estórias enquanto fuma cachimbo. Kasper é o “modesto” alter ego do artista plástico Bruno Gaspar, como o próprio diz, e até ao final de abril enche-nos a retina com os seus personagens e situações deliciosamente absurdas.
Até 29 de abril.
MARIA EUGÉNIA & FRANCISCO GARCIA | “Uma Coleção”
Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado
Uma coleção que nasce do gosto pessoal e da amizade, e que inclui cerca de cinco dezenas de peças de artistas, sobretudo nacionais, com obra realizada entre as décadas de 1950 e 1970, como Cruzeiro Seixas, Júlio Pomar, Marcelino Vespeira, Alice Jorge, Eduardo Nery, João Hogan, entre outros. O catálogo reúne textos das curadoras – Maria de Aires Silveira, Cristina Azevedo Tavares e Raquel Henriques da Silva – e um texto inédito do historiador de Arte José-Augusto França, amigo pessoal dos colecionadores.
Até 29 de maio
CATARINA QUINTAS | “Japão, uma terra de poetas”
Através da aguarela e da tinta-da-china, a artista propõem uma viagem ao país do sol nascente, a tradições e costumes perdidos no tempo ou substituídos por outros. Catarina Quintas procura neste conjunto de desenhos e ilustração recriar momentos do quotidiano e da dimensão espiritual do mundo nipónico tradicional, cruzando realidade, imaginação e investigação.
A exposição é resultado do Concurso de Apoio à Criação Artística, promovido pela Fundação Oriente, que a artista venceu em 2021.
Até 17 de abril
PEDRO ALEXANDRINO DE CARVALHO | Desenhos
Discípulo e colaborador do consagrado pintor André Gonçalves e do pintor de ornatos João Mesquita, consta que Pedro Alexandrino de Carvalho terá sido o pintor mais prolífico na cidade de Lisboa nas décadas que marcaram a reconstrução da capital após o terramoto de 1755. Nesta exposição, destaca-se a sua obra gráfica, com o objetivo de divulgar esta faceta artística de um dos mais bem-sucedidos artistas portugueses da geração do barroco tardio.
Até 3 de julho.
INEZ TEIXEIRA | “Degelo” | Desenhos
Uma centena de desenhos, muitos deles organizados em séries, e um conjunto de pequenas esculturas em que a artista integra pedras encontradas no espaço natural, compõem esta exposição, revelando o percurso de uma artista singular e praticamente desconhecida do grande público.
Até 21 de maio
HUGO VAN DER DING | “Bordello. Ao que isto chegou…”
A Sala Paródia foi invadida. Não apenas por desenhos originais, mas também por prints em serigrafia, cerâmicas e uma escultura em papel que o cartoonista moldou no próprio museu. A ideia foi brincar (desconstruir?) o imaginário humorístico de Rafael Bordalo Pinheiro e, numa retrospetiva desconcertante, servir van der Ding numa bandeja. Perdão. Em doses de humor.
Até 15 de maio
A PAISAGEM NO DESENHO DE MILLET E NA POESIA DE BAUDELAIRE
No texto de apresentação, coloca-se esta questão: “Poderia o crítico e poeta Baudelaire experienciar verdadeiramente a paisagem de Millet se esta não representasse a «monótona» figura-tipo na obra do pintor?”. Procura-se responder a esta questão e à crítica que Charles Baudelaire fez à pintura de Jean-François Millet, por ocasião do Salão de 1859 em Paris, a partir de três obras da Coleção Calouste Gulbenkian: um desenho de paisagem de Millet, “Paisagem ao Entardecer”, e dois poemas de Charles Baudelaire que integram duas edições da sua obra incontornável, “Les Fleurs du Mal”.
Até 26 de julho
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
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