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TAP acusa ex-CEO de ter escondido serviços de consultoria

Para a defesa da TAP, a gestora francesa “violou clamorosamente o regime de exclusividade” com a companhia aérea. A demissão por justa causa, apontada pela empresa, deve-se à incompatível de acumulação de cargos à luz do Estatuto do Gestor Público.
16 Janeiro 2024, 07h49

A TAP está a acusar a ex-CEO, Christine Ourmières-Widener de ter escondido informação sobre trabalhar como administradora para uma empresa de consultoria de viagens e aviação enquanto era diretora-executiva da companhia aérea portuguesa. Segundo o “Eco”, a TAP adianta que a gestora “violou clamorosamente o regime de exclusividade” que tinha com a companhia aérea, sendo este um motivo para a demissão por justa causa, dado que a acumulação de cargos é incompatível à luz do Estatuto do Gestor Público.

Esta é, pelo menos, a contestação que a defesa da TAP entregou no tribunal esta segunda-feira, que retoma o tema do pedido de indemnização de quase seis milhões de euros.

A companhia aérea diz que Christine Ourmières-Widener é “fundadora, acionista e administradora da O&W Partners”, uma empresa de consultoria de viagens e aviação desde dezembro de 2019. A gestora começou a dirigir a TAP em 2021, mas mesmo neste tempo não “informou ou sequer solicitou qualquer autorização” à companhia portuguesa e aos seus acionistas para manter o cargo de administradora da O&W Partners em simultâneo.

“Manteve, durante todo o período em que exerceu funções enquanto CEO da TAP, um cargo de administradora que nunca revelou ou que mereceu o assentimento de qualquer um dos seus acionistas ou de qualquer represente do Governo”, aponta a defesa da TAP.

Na rede LinkedIn da ex-CEO da TAP surgem ambas as funções. A função de managing director e founder na consultora surge desde desde dezembro de 2019 e até ao presente, num total de quatro anos e dois meses, enquanto ocupou a liderança da TAP durante um ano e 11 meses (junho de 2021 até abril de 2023).

Entre março de 2021 e maio de 2023, também enquanto liderava a TAP, o perfil de LinkedIn de Christine Ourmières-Widener mostra que a mesma ocupou o cargo de diretora não-executiva na MetOffice.

“Só no âmbito da preparação da presente ação é que a TAP tomou conhecimento de que a autora [Christine Ourmières-Widener] havia sonegado esta informação”, acrescenta a companhia.

Durante o mesmo período de gestão da TAP, Christine Ourmières-Widener acumulou ainda funções em mais duas empresas sem ter “o consentimento de qualquer dos órgãos e pessoas mencionados supra para poder desempenhar funções em clara violação do regime de exclusividade que se lhe exigia e aplicava. Foi administradora da ZeroAvia, uma empresa que se encontra a desenvolver um sistema de propulsão a hidrogénio para a aviação e onde ainda se encontra; e, entre 12 de fevereiro de 2021 e 15 de maio de 2023, exerceu o cargo de administradora não executiva do MetOffice, recebendo uma remuneração anual de 15 mil euros”.

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