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Teresa Freitas: “Empresas menos ágeis são mais suscetíveis a perdas de talento”

A nova diretora de RH afirma que, por a EY ser global, consegue oferecer “oportunidades world class” de formação, carreira e mobilidade.
13 Julho 2019, 12h00

Teresa Freitas assumiu recentemente a liderança da equipa de Recursos Humanos (RH) da EY Portugal, sucedendo a Margarida Dias. Em entrevista, considera que as organizações vivem “numa guerra pelo talento”, sobretudo as tecnológicas. Afirma que haverá investimento e evolução na “cultura de centricidade nas pessoas”.

A EY anunciou, no final de 2018, estar pronta para receber mais 300 jovens nos escritórios de Portugal. Desse leque, quantos já ingressaram nas equipas?
Um terço ingressou em janeiro e a maioria em setembro deste ano. 70% dos nossos new graduates vão integrar as services lines de Assurance, Advisory e Financial Services Organisation. Os restantes 30% integram as linhas de serviço de Tax, Transaction Advisory Services e People Advisory Services.

Mais de 20% dos vossos recém-mestres contratados vieram de áreas de Engenharia, Matemática, Ciências ou Tecnologias. Porquê?
A transformação digital está presente em todas as service lines da EY, desde Auditoria a Consultoria. Esta área é relativamente recente nas empresas e há, por esse mesmo motivo, escassez de talento digital no mercado de trabalho. Na EY apostamos em contratar este talento diretamente dessas áreas por forma a criá-lo e desenvolvê-lo in-house, integrando-o em equipas multidisciplinares na área da transformação digital.

As empresas nacionais estão conscientes da importância de criar e reter talentos?
Conscientes sim. No entanto, penso que muitas têm ainda um caminho a percorrer na estratégia, ferramentas e agilidade na retenção dos que têm elevado desempenho e elevado potencial e que são os mais apetecíveis ao mercado de trabalho. No contexto de rápida mudança em que vivemos, o talento com maior learning agility irá procurar organizações ágeis e nas quais se possa desenvolver. As organizações com menor agilidade estão assim mais suscetíveis a sofrer perda de talento.

Que setores prestam mais atenção a esse tema?
Vivemos todos uma guerra pelo talento e, por isso, acredito que, de um modo geral, todos nos preocupamos com a retenção das nossas melhores pessoas. Ainda assim, vejo uma maior atenção no setor dos serviços e, em particular, nas empresas de tecnologia e inovação. Estas são, atualmente, fonte de criação e desenvolvimento de talento digital e, considerando a escassez deste no mercado de trabalho, têm necessariamente de demonstrar uma maior atenção ao tema da retenção.

A EY foi a única Big Four na lista da “Great Places to Work” e defende que a distinção se deveu à procura por melhores condições de trabalho. O que significam essas melhorias?
Numa era de transformação digital a oferta da EY não é apenas para os nossos clientes mas também para as nossas pessoas. Implementámos o “Workplace of the Future” como resposta à necessidade de flexibilidade na conciliação entre a vida pessoal e a vida profissional que todos precisamos e que é um must have nas novas gerações. A nossa tecnologia permite que as nossas equipas trabalhem em qualquer parte do mundo, no cliente ou em casa e adaptámos todo o nosso workplace para dar resposta a esta cultura de flexibilidade.

A EY já procurou melhorar conhecimentos sobre a consultoria como saída profissional junto de vários universitários. Como se capta o interesse dos jovens?
Através do desafio intelectual dos projetos onde estão inseridos e que criam oportunidades de impactar e fazer a diferença no cliente. Por outro lado, através de uma cultura de diversidade e inclusão onde todos são valorizados pelo que contribuem, podem ser autênticos e colocam melhores questões que levam a melhores respostas, criando um melhor mundo de negócios.

Que objetivos tem para o departamento?
O ADN da EY assenta numa forte cultura de centricidade no cliente, que é fortalecida através da vivência nos nossos valores de integridade. Num negócio onde as pessoas são o maior ativo que temos, queremos investir e evoluir para uma cultura de centricidade nas pessoas: queremos que todos tenham uma experiência excecional independentemente do tempo que fiquem connosco. A minha visão é sermos um great place to work para os melhores. Por forma a atingir esta visão temos quatro pilares fundamentais: recrutarmos as melhores pessoas; garantir que estas se sentem energizadas através do reconhecimento certo; fazê-las crescer dando-lhes oportunidades de desenvolvimento e progressão global e fomentar uma cultura de alto desempenho individual e em equipa.

Artigo publicado na edição nº 1995, de 28 de junho, do Jornal Económico

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