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Vítor Gaspar defende aproveitamento do atual período de crescimento para a criação de almofadas orçamentais

Vítor Gaspar, que falava durante a apresentação do “Fiscal Monitor”, o relatório sobre a evolução global das finanças públicas, relativo a 2018, defendeu que os governos devem “evitar medidas pró-cíclicas que providenciem estímulos desnecessários à economia, que está já acelerar”.
18 Abril 2018, 15h54

O diretor do FMI e antigo ministro das Finanças português Vítor Gaspar afirmou esta quarta-feira que os países devem aproveitar o atual período de crescimento para criar almofadas orçamentais para eventuais crises, que considerou estarem “iminentes”.

Vítor Gaspar, que falava durante a apresentação do “Fiscal Monitor”, o relatório sobre a evolução global das finanças públicas, relativo a 2018, defendeu que os governos devem “evitar medidas pró-cíclicas que providenciem estímulos desnecessários à economia, que está já acelerar”.

Aliás, este “Fiscal Report” do Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2018, apresentado em Washington, tem como título “Capitalizing on Good Times”, ou seja, “aproveitar os bons tempos”.

Na sua apresentação, Gaspar explicou que o FMI tem identificados riscos para o desenvolvimento económico, nomeadamente a evolução das dívidas públicas, que estão, nas economias desenvolvidas, “em máximos desde a II Guerra Mundial”, e nas economias em desenvolvimento “ao nível da crise dos anos 1980”.

“Dívidas públicas e défices elevados são uma causa de preocupação”, alerta o Fundo, considerando que os países com estas características “são vulneráveis à uma limitação súbita das condições de financiamento, o que poderia dificultar o acesso ao mercado e colocar em risco a atividade económica”.

Isto, apesar de a instituição de Bretton Woods prever que o peso da dívida em relação ao produto interno bruto (PIB) vai reduzir-se nos próximos cinco anos em dois terços dos países e que, no caso das economias desenvolvidas, a redução será registada em todos, com exceção dos Estados Unidos, devido à política fiscal promovida pela Administração de Donald Trump.

“Os países vão estar mais bem colocados para enfrentar os riscos iminentes se construírem finanças públicas fortes durante os tempos positivos”, defendeu o diretor do FMI, acrescentando que não há margem para não o fazer.

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