Quatro meses após o último aumento da taxa de juro de referência (federal funds rate), a Reserva Federal (Fed) norte-americana deverá anunciar esta quarta-feira o quarto aumento do ano. A decisão é esperada pela generalidade dos analistas, cujo foco se centra numa possível sinalização sobre a rota da política monetária para 2019.
“A próxima reunião do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) vai ser importante, dadas as diferenças significativas entre as expectativas dos mercados e a própria visão da Reserva Federal sobre a economia dos EUA. Se a Fed decidir surpreender os investidores, comprometendo-se com o avanço da sua política de aperto monetário, isso pode resultar em maior volatilidade e numa curva de rendimentos (yield curve) mais acentuada nos EUA”, salienta Franck Dixmier, global head of fixed income da Allianz Global Investors.
Após aumentar a taxa de juro de referência na reunião de setembro, o consenso entre os analistas aponta para que o banco central aumente a taxa de fundos federais para o intervalo entre 2,25% e 2,50%, apesar das críticas do presidente norte-americano, Donald Trump.
Esta segunda-feira, Trump, voltou a criticar, através da rede social Twitter, a possibilidade do organismo liderado por Jerome Powell avançar com uma nova subida das taxas de juro.
“É incrível que com um dólar muito forte e sem inflação, o mundo exterior a explodir à nossa volta, Paris a arder e a China em queda, a Fed esteja sequer a considerar outro aumento das taxas de juro”, escreveu.
Questões como a tensão comercial entre a China e os Estados Unidos, o crescimento económico norte-americano e a volatilidade e correções nos mercados acionistas, são apontadas pelo analista da Allianz como importantes para enquadrar a última reunião do ano da Fed.
“Estes desenvolvimentos podem ser observados nas revisões em baixa das previsões da taxa de fundos federais, que refletem uma probabilidade de 70% de subida em Dezembro, virtualmente nenhuma expectativa de aumento em 2019 e uma diminuição em 2020”, refere.
“Aconteça o que acontecer, a Fed demonstrou que está a caminhar para uma política monetária neutra – uma taxa de fundos federais de cerca de 3% – e não esteja mais em piloto automático”, acrescenta.
O diretor de investimento da Fidelity International, Andrea Iannelli, antevê que o outlook para a Fed para 2019, torna-se “menos claro”, com evidências de “uma desaceleração da economia, do enfraquecimento do estímulo fiscal e de condições financeiras mais rígidas”.
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