O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que os principais riscos globais são o resultado das negociações comerciais e o rumo que as condições financeiras levarem nos próximos meses, de acordo com a previsão do World Economic Outlook (WEO) divulgado esta segunda-feira.
A organização internacional liderada por Christine Lagarde acredita também que se a paralisação do governo federal dos Estados Unidos [“shutdown”] se prolongar, bem como as tensões geopolíticas na região do Médio Oriente, também poderá haver uma queda no investimento e um impacto negativo no crescimento do PIB mundial.
No radar do FMI estão ainda outros fatores de risco: a “incerteza sobre a agenda política das novas administrações”, os efeitos generalizados das mudanças climáticas e a contínua diminuição da confiança nas instituições e nos partidos políticos por parte dos cidadãos – ainda que estes dois últimos se sintam mais lentamente na desaceleração económica.
“Se os países resolverem as suas diferenças sem aumentar ainda mais as barreiras comerciais e se o sentimento do mercado recuperar, a melhoria da confiança e as condições financeiras mais fáceis poderão reforçar-se mutuamente para aumentar o crescimento acima da previsão”, refere a instituição, no mesmo documento.
O WEO aplaude a assinatura do acordo de livre comércio que veio substituir o NAFTA e as ‘tréguas’ de 90 dias no aumento das taxas aduaneiras entre os Estados e a China, mas defende que, no caso das duas maiores potências mundiais (Estados Unidos e China), os processos permanecem sujeitos a um processo de negociação “possivelmente difícil”.
Pequim é por si só um motivo de preocupação para a estabilidade financeira, pois poderá trazer “implicações negativas para parceiros comerciais e para os preços globais das commodities”, de acordo com os especialistas do FMI. A previsão surge no mesmo dia em que o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês anunciou que a economia da China cresceu 6,6%, em 2018, o ritmo mais lento dos últimos 28 anos. É também por esta razão que o ânimo dos investidores pode sair ferido e continuar a prejudicar o sentimento dos mercados financeiros.
De acordo com o FMI, a queda dos preços das ações, sobretudo durante o segundo semestre de 2018, foi motivado pela guerra comercial e pelas preocupações sobre a política fiscal italiana, entre outros. “Uma série de eventos catalisadores nas principais economias sistémicas pode desencadear uma deterioração mais ampla no sentimento dos investidores e uma repentina e súbita reapreciação de ativos entre elevados encargos da dívida”, alerta o FMI.
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