Cônsul de Portugal em Macau lamenta que primeira ligação aérea de carga seja para Madrid

O cônsul-geral de Portugal mostrou-se desagradado com o facto de a primeira ligação aérea de carga de Macau para a Europa ter tido como destino a cidade de Madrid e não Portugal. Alexandre Leitão abordou o tema durante a 13ª edição da Feira do Turismo que decorre em Macau entre os dias 25 e 27 de abril.

“Fiquei muito irritado quando a Ethiopian Airlines inaugurou o seu voo de carga triangular Adis Abeba, Madrid, Macau e com isso enviou a primeira ligação direta de Macau para a Europa”, afirmou, salientando que tem insistido nos últimos dois anos e que não entende porque não existe esta ligação com a capital portuguesa.

“Expliquem-me lá porque é que Lisboa não é uma placa atlântica e também europeia, quando há um mercado que vai fazer 20 mil toneladas por ano de carga através de um voo puramente comercial entre Adis Abeba, como placa africana, Madrid como placa europeia e Macau”, referiu Alexandre Leitão, alertando que este é também um sinal para o abrir de portas para que esta ligação seja feita para transportar turistas.

O cônsul-geral de Portugal em Macau destacou o fluxo de turistas para Portugal, onde pelo menos na China, continua a aumentar. “Ainda não atingimos os valores pré-pandémicos, mas vamos no bom caminho”, sublinhou, realçando que há 153 mil pessoas residentes em Macau que têm nacionalidade portuguesa.

“Mesmo que não falem português e que não conheçam muito a cultura portuguesa, quando se apresentam numa fronteira ou num hotel, têm uma identificação portuguesa, têm sempre uma certa sensibilidade, uma certa curiosidade em relação ao país que deve ser devidamente explorado”, afirmou.

Como tal, Alexandre Leitão assume que vai continuar a insistir que um dos fatores de diferenciação e de atratividade de Macau é, evidentemente, o património material e imaterial de matriz portuguesa.

O Jornal Económico viajou até Macau a convite da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).