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Setor das Tecnologias da Informação e Comunicação em Portugal regista crescimento e valorização salarial

Segundo uma análise da Eurofirms – People First, o número de profissionais neste setor cresceu mais de 60% desde 2019, atingindo 220.000 trabalhadores no final de 2024, com a expectativa de um aumento adicional entre 8% e 12% até ao final deste ano.
25 Junho 2025, 16h35

O setor das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em Portugal tem demonstrado um crescimento robusto, posicionando o país como um dos principais polos tecnológicos da Europa.

Segundo uma análise da Eurofirms – People First, o número de profissionais neste setor cresceu mais de 60% desde 2019, atingindo 220.000 trabalhadores no final de 2024, com a expectativa de um aumento adicional entre 8% e 12% até ao final deste ano.

O relatório destaca uma valorização salarial significativa, com o salário médio anual bruto a atingir os 46 mil euros, e picos de 50 mil euros registados na região de Lisboa. Esta subida representa um aumento entre 35% a 40% desde 2019, embora tenha estabilizado após 2022, em linha com as tendências de inflação.

Apesar dos números encorajadores, o setor continua a ser maioritariamente masculino, com apenas 32% de mulheres entre os 220.000 profissionais das TIC em 2024.

A análise também revela que os perfis mais procurados incluem tanto funções técnicas como cargos de gestão. Entre as funções técnicas destacam-se Full-Stack Developers, Data Scientists, UX/UI Designers e especialistas em linguagens como SQL, Python e JavaScript. Nas funções de liderança, os cargos mais procurados incluem Project Manager, Team Leader e Head of IT, refletindo a necessidade de profissionais com competências técnicas combinadas com soft skills de liderança.

Embora Lisboa e Porto continuem a concentrar a maioria das oportunidades de emprego, o setor tem vindo a expandir-se para regiões como Braga, Aveiro e Coimbra, impulsionado pela presença de instituições de ensino superior de referência, como a Universidade do Minho e a Universidade de Coimbra.

O relatório também salienta o papel dos fundos europeus na aceleração da digitalização em Portugal, com mais de três mil milhões de euros investidos em iniciativas tecnológicas.

João Francisco, InCompany Leader da Eurofirms em Portugal, destaca que esses recursos têm sido fundamentais para atrair investimento estrangeiro, promover inovação e instalar centros de competências no país. Reforça que “Portugal não só tem talento, mas tem criado condições estruturais para liderar no digital, promovendo a criação de emprego qualificado e bem remunerado”.

João Francisco sublinha, no entanto, a importância de aumentar a representação feminina no setor, que ainda é dominado por homens. Salienta que “é necessário que a academia continue a incentivar e captar mulheres para a formação nestas áreas, garantindo uma maior equidade no setor e aspirando a um equilíbrio mais saudável no mercado de trabalho”.

O estudo conclui com quatro tendências estruturais para as TIC: o crescimento sustentado do setor, a atratividade salarial, a valorização de perfis versáteis e qualificados, e o reforço do posicionamento de Portugal como referência internacional em tecnologia e inovação. Atualmente, estima-se que o setor represente entre 6% e 8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

 

 

 

 

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