A voz embarga-se, e por momentos, parece que o deputado britânico Nicholas Soames não conseguirá evitar as lágrimas enquanto se dirige à Câmara dos Comuns. “Estou realmente muito triste por terminar assim”, diz. Soames não é um deputado qualquer. É neto de Winston Churchill, está no Parlamento há 37 anos, foi ministro da Defesa no Governo de John Major. Faz parte do grupo de 21 deputados “rebeldes” que nesta terça-feira foram expulsos do Partido Conservador por votarem a favor uma lei a impedir um Brexit desordenado a 31 de outubro, contra a orientação do líder Boris Johnson.
Para alguém cujo avô é um herói nacional que venceu a invasão nazi, juntar-se a um grupo de “rebeldes” que votou um diploma tão simbólico, apelidado pelos críticos como “Lei da Rendição”, nunca seria uma decisão tomada de ânimo leve. A tempestuosidade do líder conservador, que na semana passada solicitou a suspensão do Parlamento no que pareceu uma tentativa de evitar o bloqueio de um Brexit sem acordo, conseguiu-o. “É minha esperança mais fervorosa que esta casa redescubra o espírito de compromisso, humildade e compreensão que nos permitirá finalmente avançar com o trabalho vital no interesse de todo o país”, afirmou, no discurso em que justificou o seu desalinhamento com Johnson.
Artigo publicado na edição semanal de 6 de setembro, de 2019, do Jornal Económico. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor.
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