Depois de defender que as multas aplicadas pela Autoridade da Concorrência (AdC) à banca nacional afetam sobretudo a sua reputação e que em termos financeiros o impacto está controlado, a DBRS emitiu esta terça-feira, 1 de outubro, uma nota de avaliação sobre o Montepio Geral em que confirma que o banco liderado por Dulce Mota (vice-presidente com funções de CEO por inerência) tem uma notação financeira BB a longo-prazo, nomeadamente numa categoria de investimento especulativo (vulnerável a futuros eventos).
“A DBRS confirmou os rating da Caixa Económica Montepio Geral S.A, incluindo o rating de emissor de longo prazo em BB e o rating de emissor de curto prazo em R-4. A tendência [outlook] permaneceu negativa nos ratings de longo-prazo e estável no rating da dívida de curto-prazo. A avaliação intrínseca do banco foi mantida no BB e a avaliação de suporte permanece em SA3″, lê-se no documento da DBRS enviado à redação.
Para confirmar o rating a agência de notação financeira canadiana diz ter tido em consideração “os recentes progressos realizados pelo banco na redução dos seus ativos problemático através de alienações, bem como buffers [rácios] de capital após a emissão de 100 milhões de euros em dívida subordinada em abril de 2019″.
Quanto ao outlook, a agência justifica a avaliação negativa com “a fraca rentabilidade contínua do banco num ambiente difícil, com stress persistente nas receitas devido a taxas de juro mais baixas e à pressão altamente competitiva”. A instabilidade governativa da instituição bancária e os desafios inerentes ao plano de reestruturação do Montepio Geral também contribuíram para o outlook negativo da DBRS.
O Montepio Geral é na perspetiva da DBRS um banco “pequeno” com ativos que rondavam os “19 mil milhões de euros em junho de 2019”. Detido maioritariamente pelo Montepio Geral Associação Mutualista, a Caixa Económica Montepio Geral está “num mercado altamente competitivo”, com o banco a manter “a sua posição no mercado de depósitos enquanto a sua quota de mercado para conceder crédito diminuiu constantemente.
O Montepio Geral está em fase de reestruturação, após um período de “alta rotatividade de administradores”, para “fortalecer” a organização. “Embora tenham sido feitos alguns progressos, na visão da DBRS, são necessárias medidas adicionais para fortalecer a governance corporativa, o controlo de riscos e a posição competitiva do banco”.
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