O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, defendeu esta terça-feira, 2 de novembro, que é necessário garantir que as eleições legislativas antecipadas decorrem “sem problemas” e que os eleitores farão “uma escolha clara perante projetos consistentes”.
“Nós estamos perante uma crise política. Essa crise política vem acrescentar já uma crise económica, com pressão inflacionista na Europa, mas estou convencido que o que é necessário neste momento é garantir que o sufrágio vai decorrer sem problemas e que os eleitores vão fazer uma escolha clara perante projetos consistentes”, afirmou Miguel Albuquerque aos jornalistas.
O presidente do Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, falava à margem da inauguração do novo espaço de uma loja de decoração, no Funchal.
Questionado sobre uma eventual crise nos partidos de direita, o governante insular respondeu que “deve haver uma definição nesse espetro político porque os cidadãos esperam que quando [os partidos] forem a votos que isso esteja clarificado”.
“Não é por causa de um mês ou menos um mês que o país vai deixar de funcionar. Há que criar as condições objetivas para que as forças políticas que se vão apresentar aos eleitores tenham processo de estabilização e de clareza”, salientou.
Sobre se as eleições diretas do PSD podem esperar para depois das legislativas, Miguel Albuquerque disse apenas que “tem de haver clarificação” nos projetos que estão em jogo.
“O que é mau para o país estar os eleitores a votarem sem haver clareza nem projetos consistentes de alternativa. Não é por causa de 15 dias ou um mês que vai haver drama”, insistiu, argumentando que “o pior” que o país pode ter “é uma situação interna partidária de panela de pressão”.
“Há que devolver a palavra aos cidadãos, aos militantes, porque a democracia é para ser exercida. Ninguém tem que ter medo de eleições”, sublinhou.
O presidente do Governo Regional da Madeira recordou ainda o sucedido em 2001 “quando houve a demissão do engenheiro Guterres” e o Presidente da República à data, Jorge Sampaio, “deu tempo que as forças políticas se recompusessem e em 90 dias marcou as eleições”.
As diretas no PSD estão marcadas para 4 de dezembro e, no próximo sábado, vai reunir-se o Conselho Nacional do partido, em Aveiro, para analisar a situação política e um pedido de antecipação do Congresso por parte de dirigentes distritais e conselheiros (na maioria apoiantes de Rangel) de janeiro para entre 17 e 19 de dezembro.
Rio tem-se manifestado contra a realização das diretas face à proximidade das legislativas – cuja data ainda não está marcada -, mas ainda não esclareceu se irá avançar com uma nova proposta formal de adiamento, depois de o Conselho Nacional ter rejeitado essa ideia na última reunião em outubro, ainda antes do ‘chumbo’ do Orçamento do Estado para 2022.
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