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Consultar historial médico no telemóvel poderá ser uma realidade ainda este ano

Este mercado está avaliado em 34 mil milhões de euros. Apple, Microsoft, Amazon e Google já competem pelo sistema FHIR.
22 Janeiro 2020, 23h37

As gigantes tecnológicas parecem empenhadas em desenvolver aplicações que aproximem as pessoas dos seus historiais médicos, através de tecnologias que consigam compilar todos os registos dos utentes num sistema de partilha de dados chamado FHIR (Fast Healthcare Interoperability Resources). Microsoft, Apple, Google e Amazon competem por uma ‘fatia’ de um mercado avaliado em 34 mil milhões de euros, segundo o “Business Insider”.

Há vários anos que é prática comum nos hospitais o armazenamento de dados online, mas com a condicionante de que só os profissionais da saúde os poderiam consultar. Nos dias que correm já podemos aceder a todos os nossos dados pessoais via telemóvel, à exceção dos dados médicos – uma área que continua por explorar, tendo em conta a sensibilidade da informação que lhe está associada.

Um dos problemas na utilização do sistema FHIR prende-se com o seu software (isto é, até que se encontre um programa transversal a qualquer tipo de dispositivo móvel, a compilação de dados fica dispersa entre as várias aplicações disponíveis). Este será, provavelmente, o maior entrave à globalização desta tecnologia.

Micky Tripathi, presidente da associação sem fins lucrativos Health Level, responsável pelo desenvolvimento do sistema FHIR e de outros instrumentos ligados à indústria da saúde, afirmou que “a mudança vai acontecer a seu tempo” e sublinha que um dos entraves à mudança são “os custos associados à mudança dos métodos que utilizamos atualmente para os novos”.

Ainda assim, esta mudança na maneira como são disponibilizados os dados não é consensual, porque existem diversas unidades hospitalares que são contra a adoção do novo sistema e, segundo o “Business Insider”, o motivo é a fidelidade dos seus utentes (ou seja, não querem disponibilizar os dados médicos aos seus utentes por via digital).

Especialistas em cibersegurança alertam que generalizar o uso do FHIR poderá criar vulnerabilidades no próprio sistema e, por isso, aconselham a que seja criado um sistema de segurança de dados que consiga garantir que os ficheiros não são facilmente consultados por pessoas ou entidades alheias.

Atualmente, são seis as empresas que estão a investir em aplicações capazes de incluir o FHIR: Amazon, Google, IBM, Apple, Oracle e Salesforce.

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