Hoje, dia 27 de janeiro, celebra-se o Dia Internacional do Vinho do Porto. A The Fladgate Patnership é um dos maiores ‘players’ neste setor, detendo marcas como a Fonseca, Krohn, Croft ou Taylor’s e contando com a distribuidora Heritage Wines para fazer chegar estes vinhos aos clientes finais em qualquer parte do mundo.
A Fladgate gere ainda o Yeatman Hotel, em Gaia; o Hotel Infante Sagres, no Porto; e o Vintage House Hotel, no Pinhão.
A empresa tem em curso um investimento superior a 100 milhões de euros para disponibilizar ao público o WOW – World of Wine, um espaço museológico interativo com cinco áreas diferentes de exposição – experiência do vinho, experiência da cortiça, experiência de ‘design’/moda, espaço dedicado à cidade do Porto e à região norte do país e um quinto espaço sobre a evolução histórica do copo.
Este espaço de promoção do vinho do Porto vai reaproveitar uma área de cerca de 30 mil metros quadrados de antigos armazéns pertencentes à The Fladgate Partnership em Gaia. Além dos cinco espaços museológicos interativos, este projeto incluirá 12 restaurantes e bares, uma ‘wine school’, espaços de exposições, eventos e lojas de artesanato.
O WOW deverá inaugurar em junho próximo e espera-se que tenha mais de 500 mil visitantes por ano.
Além destes ativos e projetos, a The Fladgate Partnership detém ainda 500 hectares de vinha própria no Douro.
A Heritage Wines distribui as referidas marcas de vinho do Porto; vinho do Douro, de mesa (Quinta do Crasto, Tapada de Coelheiros); champanhe (Bollinger), espumante (Vértice) e até azeite.
Sobre a evolução das vendas de vinho do Porto, Luís Sequeira, diretor geral da Heritage Wines, em entrevista exclusiva ao Jornal Económico, adverte que “há uma corrente perspetiva negativa do sector, enfatizando a quebra de volume global registada nos últimos anos (apesar do ano 2019 ter verificado um crescimento, em valor e volume)”.
“Esta quebra em quantidade tem sido conduzida pela perda de volumes, sobretudo dos chamados BOB (‘Buyers Own Brands’), em mercados como Bélgica e França; na verdade, com o aumento de preços que se verificou na última década, a comercialização destes vinhos mais baratos sofreu uma erosão. Todavia, as vendas das categorias superiores, mais seguras porquanto não dependentes de preços baixos, tem crescido a um ritmo seguro. Esta alteração é bastante positiva e deve ser enfatizada”, defende Luís Sequeira.
Em termos gerais, como têm evoluído as vendas de vinho do Porto nos últimos anos, quer a nível nacional quer no que respeita aos mercados de exportação, quer em quantidade, quer em valor?
Nos últimos anos, observou-se uma evolução clara no setor do vinho do Porto com uma evidente “premiumização” aumentando as vendas de categorias especiais em detrimento dos vinhos correntes. Em 2019, esta tendência acentuou-se com um aumento global das vendas de 2,7% em valor e 1,5% em volume, sendo que em Portugal se observou um incremento de 1,9% e 1,5%, respetivamente em valor e volume.
Como tem sido a evolução das marcas comercializadas pela Fladgate Partnership, quer no mercado nacional, quer na vertente de exportações, quer em quantidade, quer em valor, e quais as expetativas para 2020 e anos seguintes?
As marcas da Fladgate Partnership têm alcançado um excelente resultado. A recente declaração do ‘vintage’ 2017 e 2016 revelou-se de enorme sucesso para as marcas Taylor’s, Fonseca e Croft em todo o mundo. A Taylor’s é uma marca global com uma presença em mais de 100 países, tendo reforçado a sua presença em Portugal através da dinamização das categorias especiais em diversos canais com uma muito eficaz afirmação no canal HORECA [Hotelaria, Restauração, Cafetaria]. A componente de ‘mixologia’ [utilização de vinho do Porto em ‘cocktails’] tem sido reforçada com Taylor’s Chip Dry e água tónica a afirmar-se no mercado, a Croft tem alcançado excelentes resultados com o ‘Pink’, demonstrando a enorme versatilidade do vinho do Porto.
A que é que se deve algum declínio das vendas de vinho do Porto em quantidade verificado nos últimos anos?
Como vimos acima, o setor do vinho do Porto tem acompanhado as novas tendências mundiais, observando-se um crescimento forte e constante das vendas de categorias especiais. Na verdade, o consumidor é cada vez mais exigente, optando pela qualidade em detrimento da quantidade. O setor do vinho do Porto está especialmente vocacionado para responder a esta tendência de forma muito eficaz. Por outro lado, há oportunidades que devem ser aproveitadas, pelo que a regulamentação deverá ser suficientemente flexível para permitir o acompanhamento de novas formas de chegar ao consumidor, não limitando a inovação, nem cerceando a capacidade de criação das empresas.
Como se pode redinamizar o setor em termos de vendas?
O vinho do Porto deve apostar na inovação, sendo importante que o enquadramento regulamentar se adapte às novas realidades, não impedindo as empresas de explorar todo o seu potencial. A nossa empresa tem sido responsável pela criação, com grande sucesso, de propostas que têm dinamizado as vendas de vinho do Porto como a criação de vinhos ‘Tawny’ muito velhos como o Taylor’s Scion (de 1855), ou o Taylor’s Colheita de 1863 que rasgaram novos horizontes, assim como edições limitadas da Fonseca e da Taylor’s que o mercado abraçou com enorme entusiasmo.
Há possibilidade de entrar em novos mercados de exportação e em novos segmentos de consumidores?
A nossa empresa tem sido precursora, apostando em abordagens inovadoras e uma presença global, explorando em permanência oportunidades de mercado.
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