Marcel Jansen, economista holandês e professor da Universidad Autónoma de Madrid, considera que a Holanda nunca esteve tão isolada na Europa, apesar de compreender a relutância do país no apoio à emissão de ‘coronabonds’.
Depois das polémicas declarações do ministro das finanças holandês sobre Espanha, o investigador holandês que vive no país há 18 anos disse ao El País que o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, calculou mal a severidade da mensagem sobre os países do Sul da Europa.
“A Holanda nunca esteve tão isolada na Europa. Merkel não foi tão franca, abriu a porta ao Mecanismo Europeu de Estabilidade sem muitas condições. Rutte calculou mal a mensagem de máxima dureza”, disse ao jornal espanhol.
O investigador frisa ainda compreender a oposição do Norte da Europa à emissão de dívida comum europeia, que diz seria “um suicídio político para Rutte e Angela Merkel”.
“A Holanda fez cortes muito difíceis. Por exemplo, não garante a reavaliação das pensões. Enquanto isso, Espanha mantém o poder de compra de todos os pensionistas. São coisas muito difíceis de explicar no Norte. Mas o mais importante é que a mutualização da dívida iria gerar transferências permanentes e iria exigir uma transferência de soberania para Bruxelas, que não tem apoio suficiente na Holanda”, acrescenta.
Na última reunião do Conselho Europeu, o ministro das Finanças holandês Wopke Hoekstra sugeriu investigar por que razão alguns países não têm margem orçamental para enfrentarem uma nova crise. O primeiro-ministro português, António Costa, apelidou esse comentário de “repugnante”, tendo mais posteriormente o homólogo de Mário Centeno retratado-se das declarações.
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