O projeto que vencer o concurso para a concessão do Santuário do Cabo Espichel, em Sesimbra, vai ter de pagar uma renda mínima anual de 15 mil euros.
O concurso foi lançado esta terça-feira, 18 de maio, e prevê a concessão durante 50 anos do santuário, imóvel classificado de interesse público desde 1950.
O santuário conta com uma área total de construção de 5.957 metros quadrados (m2), e o investimento a realizar prevê a criação de um estabelecimento hoteleiro, estabelecimento de alojamento local na modalidade de estabelecimento de hospedagem, ou outro projeto com vocação turística, disse hoje o ministério da Economia em comunicado.
A concessão prevê uma renda mínima anual de 15.276 euros. e compreende o bem imóvel pertencente ao domínio privado do município de Sesimbra (Ala Norte) e parte do bem imóvel propriedade da Confraria de Nossa Senhora do Cabo (Ala Sul), isto é, os edifícios do lado esquerdo e do lado direito para quem estiver de frente para a igreja.
“O Santuário do Cabo Espichel, inserido no parque natural da Arrábida, também conhecido como Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua, situa-se no Cabo Espichel, e reza a lenda, que ocorreu, no local, uma aparição de Nossa Senhora. Do primitivo santuário referido pelas Visitações da Ordem de Santiago, nada resta nos dias de hoje. A partir do culto a Nossa Senhora do Cabo e da quatrocentista Ermida da Memória, no século XVIII, D. Pedro II e D. José mandaram edificar um Santuário que perdurou, afeto ao culto, até à transição para o século XX, entrando depois em declínio”, explica o ministério tutelado por Pedro Siza Vieira.
“O Santuário congrega a igreja construída entre 1701-1707, em estilo chão, duas alas de hospedarias edificadas entre 1745-1760, a casa da água datada de 1770 e abastecida por um aqueduto e a casa da ópera, de finais de oitocentos. As duas fiadas de habitações para os romeiros criam duas linhas que conduzem à igreja, acentuando a cenografia do templo, ao mesmo tempo que realçam um jogo de vãos, de cheios e vazios e de claro-escuro através da arcaria e janelas do andar superior, numa arquitetura saloia, mas de grande interesse”, de acordo com a tutela.
Os investidores têm agora 60 dias para apresentarem as suas propostas “que, além de darem uma nova vida a este imóvel histórico, contribuam para a atração de turistas para a região e para a dinamização da economia local”.
Até agora, foram adjudicados a concessão de 18 imóveis no âmbito do Programa Revive (que conta com um total de 49). As adjudicações representam 139 milhões de euros de investimento na recuperação de imóveis públicos e rendas anuais na ordem dos 2,4 milhões de euros.
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