Centeno investigado por recebimento indevido de vantagem de Luís Filipe Vieira

Mário Centeno é suspeito de recebimento indevido de vantagem, razão que levou inspetores da Polícia Judiciária e magistrados do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa a realizarem buscas este sábado no ministério das Finanças, segundo noticiam os jornais Expresso e Correio da Manhã. O crime é punível com uma pena máxima de cinco anos de prisão.

O caso está relacionado com um alegado pedido feito pelo presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, a Mário Centeno para que acelerasse a isenção de IMI para um prédio que o filho, Tiago Vieira, queria vender. Mais tarde, o ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo terá pedido em troca dois bilhetes para assistir a um jogo do Benfica na bancada presidencial.

“O que está em causa é um recebimento indevido de vantagem”, explicou uma fonte anónima ao Expresso, sobre as buscas realizadas no sábado às Finanças. O Ministério Público (MP) estará a investigar a possível ligação entre os dois pedidos, sendo que os e-mails do ministro das Finanças foram analisados pelo MP, mas o processo não terá ainda arguidos, de acordo com o Correio da Manhã.

Recebimento indevido de vantagem foi o mesmo crime que fez três secretários de Estados, um chefe de gabinete, um assessor e um ex-assessor do atual Governo arguidos no caso Galp. Depois de as viagens pagas pela petrolífera para jogos no Euro 2016, foram conhecidas as viagens pagas pela Huawei para que deputados e autarcas fossem à China.

Desde então, o Governo impôs, num novo código de conduta, um teto máximo de 150 euros para o valor das ofertas que os governantes podem receber. No entanto, assistir a jogos na bancada presidencial do Benfica não não tem valor exato, já que é apenas possível por convite.

No início do mês, Centeno defendeu que “não há polémica rigorosamente nenhuma” e que cumpriu “escrupulosamente” o código de conduta. “Há questões de segurança que são muito relevantes para todos os membros do Governo, elas são avaliadas com o corpo de segurança pessoal, e foi apenas esse o contexto que levou a essa decisão, nada mais do que isso”, afirmou.