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“Acredito que o investidor ficará satisfeito com a troca de obrigações”

António Ramalho disse ainda que espera vender a seguradora GNB Vida até ao fim do ano.
13 Abril 2017, 12h47

O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, defende  que “os investidores terão de avaliar os ganhos de trocar títulos de dívida de um banco de transição por obrigações de um banco com futuro e continuidade”.

O Novo Banco tem obrigacionistas com investimentos que somam 3,2 mil milhões de euros. Deste montante, 1,7 mil milhões são obrigações de maturidades mais curtas (2022) e o resto são a muito longo prazo, algumas com maturidades até 2050 (algumas com cupão zero).

Recorde-se que a troca de títulos passa por uma troca que gera lucros para o Novo Banco, pelo que os detentores de obrigações com maior maturidade são mais propensos a trocas. Na prática, uma dívida que na maturidade dá direito a receber, por exemplo, 1.000 euros, mas no mercado secundário vale 500 euros, vai ser oferecido ao investidor, por exemplo, 750 euros já. Na prática, o investidor ganha face ao mercado, mas o banco pouca 250 euros face à dívida expressa no valor nominal, logo, o banco tem um ganho de 250 euros, que leva a reservas e, por essa via, melhora o capital (cujo CET1 era em dezembro de 12%).
Como é conhecido, cerca de 43% dos obrigacionistas são particulares. Os restantes 57% são institucionais.

António Ramalho lembrou que os obrigacionistas têm hoje juros que refletem o risco do Novo Banco como banco de transição. “Estamos a falar de obrigações que, pelas características de risco nas quais o banco estava envolvido, naturalmente tinham um nível de juros muito para além dos juros naturais do mercado”, disse o CEO do banco.
“Julgo que muita gente ficará satisfeita por assegurar um trade-off, uma troca de títulos por outros bem mais seguros, porque o banco passa a ser mais seguro.

O banqueiro diz, assim, que o LME – Liability Management Exercise – oferece aos detentores de obrigações mais segurança do que manterem os títulos que têm, se o banco não tiver a solução de segurança que esta venda lhe garante”.
António Ramalho está confiante com o sucesso da oferta de troca de dívida que é condição precedente à conclusão da venda do Novo Banco.

O presidente executivo do Novo Banco está confiante na concretização da venda da instituição financeira. “A proposta que surgiu tem o equilíbrio necessário para dar os passos necessários à sua conclusão”, diz.
O banqueiro acredita que a venda poderá estar “concluída por altura do verão ou um pouco mais tarde”.
Em entrevista ao Jornal Económico, na semana passada, o secretário de estado Ricardo Mourinho Félix disse esperar que a venda do Novo Banco se faça até ao verão. Essa expectativa foi reafirmada ontem por Mário Centeno, ministro das Finanças, no Parlamento. Mas fontes ligadas ao processo consideram essa expectativa muito otimista.

Novo Banco espera vender GNB Vida em 2017
“Já temos um processo organizado de venda em curso”, depois da contratação de uma instituição financeira para assessorar a alienação da GNB Vida, disse,na conferência de imprensa de apresentação de resultados, António Ramalho.
“O processo está no início e espero que seja realizado em 2017”, adiantou.

O banco fez uma provisão extraordinária de 135 milhões para reconhecer a perda de valor deste activo. O CEO do banco esclareceu que o objectivo é “permitir que este valor apareça no preço” a pagar pelo futuro comprador da companhia de seguros.

Sobre o NB Ásia, António Ramalho disse que a venda ainda está à espera das autorizações e que o valor anunciado de 175 milhões de euros por 90%, ainda não está registado nas contas que foram agora apresentadas. O que está nas contas é apenas a valor da entrada que é dado no acto da compra.

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