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Aena e Vinci sozinhos na corrida à compra do aeroporto de Edimburgo

Negócio está avaliado em cerca de 3.500 milhões de euros e os dois operadores estão sozinhos no processo de desinvestimento aberto pelo fundo GIP – que pondera suspender a operação.
28 Março 2024, 08h50

Duas das maiores empresas administradoras aeroportuárias do mundo, a espanhola Aena e a francesa Vinci, disputam o controlo do aeroporto de Edimburgo, na Escócia, atualmente nas mãos da Global Infrastructure Partners (GIP). Fontes próximas do processo dizem, segundo a Bloomberg, que são as únicas ofertas em cima da mesa depois de outros potenciais investidores se retiram da corrida.

O fundo GIP avaliou o ativo aeroportuário em cerca de 3.500 milhões de euros, mas, segundo as mesmas fontes, os dois compradores estão a oferecer valores inferiores. Com o processo já avançado, não está colocado de parte a possibilidade de a venda ser retirada do mercado – face às propostas não satisfatórias – ou opte por simplesmente colocar uma participação minoritária, o que por certo desceria ainda mais o valor do ativo. Nenhuma das três entidades envolvidas aceitou fazer qualquer comentário sobre o assunto.

A Vinci tem aeroportos na Europa – nomeadamente em Portugal – América e Japão, além de ser a principal operadora de rodovias na França. A Aena, por sua vez, administra a rede de aeroportos espanhóis, possui um grupo de aeroportos no Brasil por onde passa 20% do tráfego do país e tem a concessão do aeroporto de Luton, em Londres. A empresa presidida por Maurici Lucena é líder mundial em volume de tráfego de passageiros, segundo o jornal espanhol “Cinco Días”.

O Aeroporto de Edimburgo é o sexto mais movimentado do Reino Unido, com voos para mais de 150 destinos. Antes da pandemia, representava 15 milhões de viajantes em 2019, número que cai para 14,4 milhões em 2023. A GIP adquiriu a estrutura em 2012 por cerca de mil milhões de euros à Ferrovial.

A infraestrutura da Escócia fazia parte do grupo aeroportuário BAA. A sua transferência para novos investidores coincidiria com a venda de uma participação maioritária no aeroporto de Heathrow, em Londres, uma das maiores operações do sector de infraestrutura de transporte atualmente em andamento.

No que tem a ver com Heathrow, a Ferrovial revelou em novembro passado que está vendedora da sua participação de 25%, para a qual chegou a um acordo com o fundo saudita PIF e o francês Ardian. O ativo da empresa presidida por Rafael del Pino foi avaliado em 2.370 milhões de libras. Mas este projeto de desinvestimento ativou o direito dos restantes acionistas da Ferrovial de acompanharem a operação, que acrescentaram mais 35% de Heathrow em busca de investidores ao mesmo preço, aparentemente apetecível, obtido pela empresa espanhola.

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