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Agentes de navegação denunciam paragem laboral no porto de Setúbal

Já há várias semanas consecutivas está a decorrer uma greve dos estivadores às horas extraordinárias nos portos de Lisboa e de Setúbal.
12 Novembro 2018, 19h36

A Agepor – Associação dos Agentes de Navegação de Portugal veio hoje denunciar em comunicado, que desde terça-feira passada, dia 6 de novembro, “não existe trabalho portuário nos terminais de contentores e ‘ro-ro’ [‘roll on-roll off’, para embarque e desembarque de automóveis] do porto de Setúbal desde a passada terça-feira dia 6 de Novembro”.

“Tal acontece sem que nenhuma greve ao trabalho em horário normal esteja legitimamente decretada e em vigor. Existe uma greve sim, mas às horas extraordinárias. Mais uma decretada pelo SEAL [Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística] que se soma aos cerca de 120 pré-avisos de greve que emitiu nos últimos 10 anos. Já para não falar dos constantes plenários de trabalhadores aos quais correspondem dezenas de dias de ausência de trabalho. E das manifestações com obscenas palavras de ordem em que nem os ministros são respeitados”, critica a Agepor.

A associação dos agentes de navegação de Portugal adianta que, “o que nos dizem é que o SEAL boicotou a assinatura de 30 contratos de trabalho permanentes que iam ser assinados em Setúbal nos primeiros dias de Novembro”.

“O que nos dizem é que o SEAL exigiu aos operadores que os contratos que foram apesar de tudo assinados sejam rasgados. O que nos dizem é que os trabalhadores que querem assinar contratos e trabalhar são coagidos, bem como as suas famílias, para que não o façam, para que não trabalhem. O que nos dizem é que os trabalhadores, sobretudo em Lisboa, durante as greves vão para as baixas médicas para não perderem rendimento”, acrescenta o referido comunicado da Agepor.

Esta associação confidencia que “gostaria de saber se o que nos dizem é verdade e “apela ao Ministério Público que investigue se há coaçõe”, ao Ministério do Trabalho e Segurança Social “que investigue se a paragem do trabalho sem greve é legítima, que investigue se as baixas são legítimas”, à ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho] que investigue se houve eventuais pedidos de que contratos sejam rasgados” e às
“forças da ordem que possam ajudar aqueles que legitimamente querem trabalhar a poderem fazê-lo”.

A Agepor apela também ao Ministério do Mar, “que pugna por um sector dinâmico a operar no respeito pela legalidade, [que] possa interceder junto das outras entidades públicas para que a verdade venha ao de cima”.

“Queremos saber mais sobre o que nos dizem… e o país também deveria querer…”, conclui o referido comunicado da Associação dos Agentes de Navegação de Portugal.

Refira-se que já há várias semanas consecutivas está a decorrer uma greve dos estivadores às horas extraordinárias nos portos de Lisboa e de Setúbal.

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