[weglot_switcher]

‘Almofada’ para pagar pensões absorve grande parte da folga orçamental

Saldo orçamental histórico de 2023 deve ser canalizado para Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, diz UTAO. Excedente não serve para financiar aumentos de despesa permanente, dificultando ainda mais reduções de impostos para já, alertam economistas.
28 Março 2024, 12h02

O novo Governo herda uma situação macroeconómica sem equiparável na história democrática nacional, um excedente orçamental de 1,2% do PIB, acima de três mil milhões de euros. Ainda assim, os economistas ouvidos pelo JE alertam que a folga não é tão avultada como parece e que boa parte deste montante já está comprometido, dado que resulta sobretudo da conta da Segurança Social. Como tal, a margem para subir salários e cortar impostos afigura-se reduzida, obrigando a escolhas políticas.

O saldo orçamental de 2023 ficou em 3.169 milhões de euros, ou 1,2% do PIB, um resultado histórico por várias vias: é apenas o segundo superavit orçamental português em democracia, o mais elevado de sempre e a segunda vez que o montante de dívida cai em termos absolutos, ajudando na redução em função do PIB para 99,1%. Apesar de ficar acima dos 98,7% avançados pelo ministro das Finanças no final de 2023, é o regresso aos rácios abaixo de 100%, algo inédito desde 2009.

Ainda assim, importa olhar no detalhe: o saldo positivo resulta do excedente verificado nos fundos de Segurança Social, que ascenderam a 5.670 milhões de euros, compensando os défices de 2.329 milhões de euros na administração central e de 147,8 milhões na administração local. Perante esta decomposição, Rui Baleiras, coordenador da Unidade Técnica de Avaliação Orçamental (UTAO), considera que este excedente “já foi, é passado”.

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.