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Amazon e Ikea comprometem-se a descarbonizar transporte de mercadorias via mar até 2040

A iniciativa, que foi organizada pelo Instituto Aspen sem fins lucrativos e tem nove signatários até agora, inclui outras gigantes do comércio internacional como a Unilever e Michelin, estabelece como meta que as empresas comprem apenas serviços de frete marítimo movidos por combustíveis de carbono zero até 2040.
  • Pedro Amaral (MarineTraffic.com)
20 Outubro 2021, 17h30

A Amazon e a IKEA estão entre os utilizadores comerciais do transporte marítimo de contentores que optarão por combustíveis marítimos de carbono zero até 2040, numa iniciativa que visa acelerar a “descarbonização” no sector marítimo.

Com cerca de 90% do comércio mundial transportado por mar, o transporte marítimo global é responsável por quase 3% das emissões mundiais de CO2 e o sector está sob crescente escrutínio para se tornar mais limpo.

A iniciativa, que foi organizada pelo Instituto Aspen sem fins lucrativos e tem nove signatários até agora, inclui outras gigantes do comércio internacional como a Unilever e Michelin, estabelece como meta que as empresas comprem apenas serviços de frete marítimo movidos por combustíveis de carbono zero até 2040.

“A hora de agir é agora”, disse Edgar Blanco, diretor de carbono líquido zero na Amazon.

Por sua vez, Elisabeth Munck af Rosenschöld, gestora de sustentabilidade e operações da cadeia de abastecimento do grupo IKEA, disse que trabalhar com outras pessoas é crucial para o desenvolvimento de soluções de combustível para transporte marítimo.

“A voz dos donos da mercadoria é importante, já que somos uma das partes interessadas para possibilitar a transformação do sector”, disse em entrevista à “Reuters”.

A responsável acrescentou que a IKEA não está disposta a “pagar automaticamente um prémio pela sustentabilidade”, mas mostra-se disponível para “colaborar, criar as soluções e partilhar os investimentos necessários.”

Um aumento na procura por produtos de retalho, enquanto as pessoas estiveram em casa devido aos confinamentos provocados pela pandemia de Covid-19, levou a taxas recordes de embarque de contentores nos últimos meses, agravadas por interrupções nos portos, o que também levou a custos mais altos para os utilizadores de carga.

Michelle Grose, responsável pela logística da Unilever, disse que a logística foi responsável por 15% da pegada total de emissões de gases de efeito estufa (GEE) do grupo e que a Unilever incentivava as suas transportadoras existentes a “mudarem para combustíveis mais limpos”.

“Ao sinalizar o nosso compromisso combinado com o transporte de emissão zero, estamos confiantes que aceleraremos a transição no ritmo e na escala necessários”, disse Grose.

Grupos ambientalistas da coligação ‘Ship It Zero’ disseram que os compromissos anunciados são “históricos, mas muito fracos” e deixaram um apela aos signatários para mudarem totalmente para navios com emissões zero até 2030.

“Se as principais marcas de retalho realmente querem fazer a sua parte em relação às alterações climáticas, necessitam de estar numa mudança de curso agora, não daqui a 19 anos”, disse Kendra Ulrich, do grupo ambiental Stand.earth, membro da Ship It Zero. A Ship It Zero exige que as grandes companhias de navegação atinjam emissões zero até 2030.

As Nações Unidas pretendem reduzir os GEE da indústria em 50% em relação aos níveis de 2008 até 2050, com pedidos crescentes de uma meta mais ambiciosa de descarbonização total até 2050.

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