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André Ventura quer GNR condenado por matar menor no Parlamento Europeu

Hugo Ernano viu a Relação de Lisboa reduzir pena de nove anos para quatro anos de pena suspensa devido a disparo mortal numa perseguição policial. Coligação Chega é apresentada nesta segunda-feira.
24 Março 2019, 15h18

O líder da Chega, André Ventura, convidou Hugo Ernano, o militar da GNR que foi condenado por ter morto um jovem de 13 anos durante uma operação policial, para ser o número cinco da lista ao Parlamento Europeu que será apresentada nesta segunda-feira em Lisboa, tendo o comentador televisivo e ex-candidato do PSD à Câmara de Loures como cabeça de lista.

Ao que o Jornal Económico apurou, Hugo Ernano, que viu a pena de nove anos de prisão efectiva reduzida para quatro anos de pena suspensa após recurso, ainda está a ponderar o convite, para o qual necessitaria de uma licenca especial, segundo os regulamentos da GNR. Caso aceite ficará atrás de Ventura e dos restantes líderes dos partidos e movimentos que integram a coligação Chega: Gonçalo da Câmara Pereira (Partido Popular Monárquico), Sofia Afonso Ferreira (Democracia XXI) e Manuel Matias (PPV – Partido da Cidadania e Democracia-Cristã).

Hugo Ernano tornou-se conhecido na consequência do sucedido a 11 de agosto de 2008, quando o militar do posto da GNR de Santo Antão do Tojal (Loures) fez vários disparos para tentar travar uma carrinha que tentava escapar às autoridades após um assalto e acabou por atingir mortalmente um menor que seguia ao lado do condutor do veículo.

Alegando sempre que fez os disparos para tentar furar os pneus da carrinha e explicando o tiro mortal com um solavanco, Ernano começou por ser suspenso por oito meses e depois foi julgado pelo Tribunal de Loures, que o condenou a nove anos de prisão efetiva por homicídio com dolo eventual, mas em 2014 a Relação de Lisboa decidiu culpá-lo por um crime de homicídio simples, reduzindo a condenação para quatro anos de pena suspensa. Também teve de pagar uma indemnização de 44 mil euros à mãe do menor e de 11 mil ao pai, ambos de etnia cigana.

Uma página de Facebook chamada Vamos Apoiar Hugo Ernano conta com 140 mil seguidores e mantém novidades sobre o caso, nomeadamente a intenção de o militar da GNR recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça.

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