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Apesar do fraco retorno, Tesouro mantém aposta em dívida a retalho este ano

No plano de financiamento para este ano, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública mantém a aposta em produtos de retalho. As Obrigações do Tesouro serão o produto mais representativo, enquanto os Bilhetes deverão ter um contributo nulo.
  • D.R.
8 Janeiro 2018, 17h15

As necessidades de financiamento líquidas do Estado este ano vão situar-se nos 10,9 mil milhões de euros, de acordo com o programa de financiamento da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, o IGCP. Segundo os dados publicados esta segunda-feira, a agência vai manter uma estratégia próxima da do ano passado, onde se incluem produtos para as famílias.

“A estratégia de financiamento para 2018 centrar-se-á na emissão de títulos de dívida pública nos mercados financeiros em euros com realização regular de emissões de Obrigações do Tesouro (OT), para promover a liquidez e um funcionamento eficiente dos mercados primário e secundário”, referiu o IGCP, em comunicado.

Em emissões de OT, o IGCP espera arrecadar 15 mil milhões de euros em 2018, através da combinação de vendas sindicadas e leilões. As emissões serão mensais, à 2ª, 4ª e 5ª quartas-feiras de cada mês, e marcadas até três dias úteis antes, tal como tem sido hábito.

“Em 2018, espera-se que o financiamento líquido resultante da emissão de BT resultará num impacto nulo. Será mantida a estratégia de emissão ao longo de toda a curva, combinando prazos curtos com prazos longos”, refere a instituição liderada por Cristina Casalinho. “O IGCP manterá a realização de leilões mensais de BT na 3ª quarta-feira de cada mês e, se a procura de investidores o justificar, pode usar também a 1ª quarta-feira”.

Além de OT e BT, a estratégia de financiamento para 2018 do IGCP também antecipa uma contribuição de 1,8 mil milhões de euros de produtos de retalho. Estes deverão incluir Certificados de Aforro, Certificados do Tesouro Poupança Crescimento e Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), que foram no ano passado apontados como pouco vantajosos para os pequenos investidores. No caso das OTRV, desde o início que cada emissão apresentou retornos menores.

A apresentação do programa de financiamento acontece no mesmo dia em que foi publicado em Diário da República a autorização oficial do de dívida pública a emitir em 2018.

O teto máximo, de 20 mil milhões de euros, tinha sido estabelecido em Conselho de Ministros e foi esta segunda-feira publicado em DR, autorizando o IGCP a emitir até 17 mil milhões de euros em BT, até 20 mil milhões de euros em OT e até 4 mil milhões em produtos de retalho.

O IGCP fica ainda autorizado a “proceder à amortização antecipada de empréstimos e a efetuar operações de compra em mercado ou operações de troca de instrumentos de dívida”, segundo o diploma. Segundo o OE2018, prevê-se a amortização de 1,4 mil milhões de euros da dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI), este ano. Em termos globais, o Governo antevê amortizações de dívida em torno de 30,1 mil milhões.

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