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Apple importou roupas de empresa chinesa que enfrenta sanções dos Estados Unidos

Quanto às acusações, a Changji Esquel Textile negou alegações de abuso e garantiu que“ não usamos e nunca recorreremos ao trabalho forçado em qualquer lugar da nossa empresa”.
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10 Agosto 2020, 10h46

A Apple importou roupas de uma empresa, em Xinjiang, que enfrenta sanções dos Estados Unidos, segundo avança o jornal “The Guardian” esta segunda-feira, 10 de agosto.

Os detalhes sobre as roupas adquiridas foram divulgados uma semana depois do presidente-executivo da Apple, Tim Cook, ter assegurado ao Congresso dos Estados Unidos que não toleraria o trabalho forçado ou a escravidão moderna nas cadeias de fornecimento da empresa.

Sobre estas alegações, um porta-voz da Apple garantiu que atualmente a empresa não tem importado de fornecedores em Xinjiang, na China, mas recusou-se a comentar se a gigante tecnológica já o tinha feito no passado.

Em julho, o governo dos Estados Unidos impôs sanções à Changji Esquel Textile, uma unidade do grupo de roupas Esquel de Hong Kong, junto a outras 10 empresas chinesas por supostas violações dos direitos humanos na região de Xinjiang, incluindo trabalho forçado.

As sanções impedem as empresas de comprar tecnologia e outros bens dos EUA. O secretário de comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, apontou que o objetivo é evitar que os produtos norte-americanos sejam usados ​​na “ofensiva desprezível do Partido Comunista Chinês contra as indefesas populações muçulmanas minoritárias”.

Quanto às acusações, a Changji Esquel Textile negou alegações de abuso. “Não usamos e nunca recorreremos ao trabalho forçado em qualquer lugar da nossa empresa”, referiu a empresa têxtil chinesa em comunicado. A Changji Esquel também recordou a auditoria internacional, realizada em 2019, que confirmou que não existiam violações dos direitos humanos na fábrica da empresa.

Apesar da empresa rejeitar as acusações, o “The Guardian”, que cita dados do provedor global sobre remessas Panjiva, relata que um mês antes das sanções serem anunciadas, a Esquel tinha enviado um carregamento de camisas de mulher em algodão e licra para as “lojas de retalho da Apple” na Califórnia.

A Esquel é fornecedora de muitas das principais empresas de retalho dos EUA, incluindo Patagonia, Nike e Tommy Hilfiger. No entanto, o relacionamento da Apple com a empresa não tem sido comentado embora já exista há alguns anos.

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