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As histórias das grandes OPA em Portugal

“Estavam todos feitos”, recordou recentemente Paulo Azevedo na OPA à PT. “Não passarão!”, afirmou Artur Santos Silva na oferta do BCP sobre o BPI. Recorde as principais operações da última década no país.
  • Octávio Passos
14 Maio 2018, 07h25

Chegou à sala acompanhado pelo filho, por Ângelo Paupério e pelo banqueiro Horta Osório. O país ficou estarrecido com a notícia que os levava à capital: a Sonae, que já estava a operar nas telecomunicações por via da Optimus, lançava uma oferta pública de aquisição sobre a gigante PT. Ninguém conseguiu ficar indiferente a um negócio que só tinha paralelo recente quando Jardim Gonçalves lançou o ‘pequeno’ BCP sobre o gigante Banco Português do Atlântico.

Anos depois, quando Jorge Jardim Gonçalves, fundador do Banco Comercial Português, ofereceu 4,3 mil milhões de euros pelo banco BPI, os acionistas de referência do banco rejeitaram a oferta. Artur Santos Silva, terminou mesmo uma reunião de quadros de topo do banco recorrendo a uma frase da revolucionária espanhola La Pasionaria: “Não passarão!”

Certo é que o banco durante anos liderado por Fernando Ulrich sofreu mesmo uma OPA. O ano passado, o grupo catalão CaixaBank fechou com sucesso a oferta pública de aquisição lançada sobre o capital do BPI que ainda não detinha, tendo chegado ao fim da operação com 84,52% do capital da instituição.

Já a seguradora Fidelidade, detida pela Fosun, ofereceu uma contrapartida acima das concorrentes na corrida à Espírito Santo Saúde. Venceu os Ángeles (grupo mexicano sem presença em Portugal), Grupo José de Mello e UnitedHealth.

As falhadas…

-Belmiro lançou OPA à PT

Em fevereiro de 2006,  a Sonae liderada por Belmiro de Azevedo lançou uma oferta sobre a PT e a sua subsidiária PT Multimédia, que era dona da TV Cabo. “Estavam todos feitos”. Foi com esta expressão que o filho, Paulo Azevedo, descreve o que se passou na tentativa de compra, falhada, da Portugal Telecom pela Sonae. Certo é que a separação entre a PT e a PTM viria a concretizar-se.

-BCP ofereceu 4,3 mil milhões pelo BPI

Em março de 2006, Jorge Jardim Gonçalves, fundador do Banco Comercial Português, ofereceu 4,3 mil milhões de euros pelo banco BPI. Os acionistas de referência do Banco Português de Investimento (BPI), representando 49 por cento do capital, rejeitaram a oferta pública de aquisição lançada pelo Banco Comercial Português. Artur Santos Silva, terminou mesmo uma reunião de quadros de topo do banco recorrendo a uma frase da revolucionária espanhola La Pasionaria: “Não passarão!”

-Quando a operação da Ongoing foi chumbada

Em setembro de 2009, a Ongoing de Nuno Vasconcellos lançou uma OPA sobre a Media Capital mas a operação falhou. O presidente da ERC, José Azeredo Lopes, explicou que a ERC entendeu que para comprar até 35 por cento da Media Capital, a Ongoing deveria antes “alienar a totalidade da sua participação no grupo Impresa”.

-Isabel dos Santos e a oferta sobre a PT

Em novembro de 2014, a empresária Isabel dos Santos, através da Terra Peregrin, anunciou uma oferta sobre a Portugal Telecom. Isabel dos Santos decidiria depois retirar a oferta pública de aquisição (OPA) que tinha lançado sobre a Portugal Telecom SGPS, depois de a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter exigido que o valor da contrapartida oferecida (1,35 euros por ação) fosse aumentado.

-CaixaBank e a primeira OPA sobre o BPI

Em fevereiro de 2015, Gonzalo Cartazár, administrador executivo do CaixaBank lançou a primeira OPA sobre o BPI. O grupo espanhol já controlava 44% do banco. A blindagem de votos cancelou a operação. A OPA seria sobre a totalidade do capital, mas o CaixaBank estabelecia como condição de eficácia da OPA a obtenção de mais de 50% do BPI.

As concluídas…

-A Fidelidade consegue 96% da Espírito Santo Saúde

Em 2014, a Fidelidade tornou-se dona da Espírito Santo Saúde (conseguiu 96%). Foi este o resultado da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela seguradora. Para que a OPA da Fidelidade fosse bem sucedida, era necessário comprar 50,01% dos direitos de voto da empresa gerida por Isabel Vaz.

-CaixaBank concluiu a OPA ao BPI

Em fevereiro de 2017, o grupo catalão CaixaBank fechou com sucesso a oferta pública de aquisição lançada sobre o capital do BPI que ainda não detinha, tendo chegado ao fim da operação com 84,52% do capital do banco, participação que comparava com os 45,5% que detinha até esse momento.

-Operação sobre a Brisa

Em 2012, o grupo José de Mello e o fundo britânico Arcus passaram a controlar 84,817% do capital da Brisa, depois da conclusão da oferta pública de aquisição (OPA) que as duas empresas lançaram sobre a concessionária rodoviária.

-Mutualista do Montepio lança OPA sobre participações da Caixa Económica

Em 2017, a associação Mutualista do Montepio lançou uma OPA sobre as participações da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) dispersas em bolsa. O objetivo da Oferta Pública de Aquisição era o de comprar aos investidores privados os 26,5% que faltavam à mutualista para ficar com a totalidade das unidades de participação da CEMG. A Associação Mutualista Montepio Geral acabaria por ficar com 98,3% das unidades de participação do fundo da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), depois de anunciados os resultados da oferta pública de aquisição.

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