Entre 2019 e 2020, o número de ataques informáticos com pedidos de resgate, também conhecidos como ‘ransomware’, aumentaram 767%. A maioria teve como vítimas grandes empresas, organizações governamentais e organizações municipais, segundo um estudo elaborado pela empresa de cibersegurança Kaspersky.
O ransomware acontece quando os piratas informáticos encriptam informação privada e exigem um resgate em dinheiro por ela. Adicionalmente, este tipo de ataques são muito mais sofisticados, pois incluem o compromisso de rede, reconhecimento e persistência ou movimentos laterais e envolvem resgates muito mais elevados.
Alguns dos grupos que praticaram ataques de ransomware mais lucrativos durante este período foram o Maze, envolvido em vários incidentes mediáticos, e o RagnarLocker, outro que aparece frequentemente nas notícias sobre este tema. Ambos foram pioneiros no que toca à tendência da extração de dados, bem como a sua encriptação e ameaças de tornar públicas informações confidenciais, caso as vítimas se recusassem a pagar.
Com o aumento de ataques de ransomware direcionados, o tipo de vírus que é frequentemente mais utilizado tem o nome de ‘WannaCry’, um trojan (cavalo de troia) de resgate que apareceu pela primeira vez em 2017 e causou pelo menos quatro mil milhões de dólares em prejuízos, em 150 países. O ‘WannaCry’ representou 22% dos ataques de ransomware em 2019 encontrados pelos utilizadores, sendo que este número caiu para 16% em 2020.
“O cenário do ransomware mudou fundamentalmente desde que se tornou numa grande notícia na comunidade de segurança. Muito provavelmente, veremos cada vez menos campanhas generalizadas dirigidas aos utilizadores quotidianos. É claro que isso não significa que não sejam ainda vulneráveis. Contudo, é provável que o alvo principal continue a ser as empresas e as grandes organizações, e isso significa que os ataques de ransomware evoluíram para se tornarem mais sofisticados e destrutivos. É fundamental que as empresas adotem um conjunto abrangente de práticas de segurança para proteger os seus dados”, afirma Fedor Sinitsyn, especialista em segurança da Kaspersky.
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