As reações em torno do atentado que vitimou mortalmente cerca de 140 pessoas (e mais de 180 feridos) em Moscovo continua envolto em enorme controvérsia e tem tudo para promover uma escalada da guerra na Ucrânia – com vários analistas a anteciparem mesmo a forte possibilidade de patrocinar também o alargamento do conflito a outras geografias, com a possibilidade de um embate direto entre a Rússia e a NATO.
No primeiro momento, o presidente russo – que ainda comemorava a sua reeleição para o cargo – encontrou motivos para culpar a Ucrânia pelo atentado. Dias depois, concluiu que a responsabilidade devia ser atribuída aos bandidos do Estado Islâmico. Mas, logo no dia seguinte a este volte-face, o diretor do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, serviços secretos), Alexander Bortnikov, disse que Estados Unidos, Reino Unido e Ucrânia estão por trás de ataque, segundo avançava a agência de notícias TASS. Correndo o risco de desmentir o próprio presidente, esta quarta-feira a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova voltou a colocar os Estados Unidos no centro das responsabilidades. Os Estados Unidos posicionaram-se para culpar o grupo terrorista Estado Islâmico (proibido na Rússia) pelo ataque terrorista em Crocus, arredores de Moscovo, “mesmo quando o incidente ainda estava em andamento”. “O próprio facto de nas primeiras 24 horas após o ataque, antes mesmo de o fogo ser apagado, os norte-americanos começarem a gritar que não era a Ucrânia, é uma evidência incriminadora. Não posso classificá-lo de outra forma; é uma evidência por si só”, disse.
Segundo Zakharova, “o segundo facto a ser observado diz respeito ao clamor dos Estados Unidos de que certamente tudo foi obra do ISIS. É claro que a velocidade com que eles foram capazes de chegar a conclusões tão diretas é surpreendente. Levaram apenas algumas horas para chegar a um microfone, acender as luzes, convocar a imprensa e tirar uma conclusão sobre quem é o culpado por este terrivelmente sangrento ataque terrorista”. E concluiu: “vocês estão por trás de todas as estruturas do tipo do Estado Islâmico, vocês – os Estados Unidos, a Grã-Bretanha – vocês mesmos as criaram”.
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