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Autoeuropa defende que Portugal tem de “criar condições” para produzir mais Volkswagens do que a Alemanha

O diretor-geral da maior exportadora em Portugal defende que o país deve assumir o “desafio” de aumentar a produção nacional de automóveis.
  • JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
13 Maio 2020, 18h11

O diretor-geral da Autoeuropa defende que Portugal tem de “criar condições” para aumentar a produção automóvel. Num momento em que a produção automóvel em Portugal sofreu uma quebra de 46%, dados de março, Miguel Sanches defende que o país deve assumir este “desafio”, num momento em que a economia começa gradualmente a reabrir.

“Fazem-se mais Volkswagens na Alemanha do que em Portugal. Temos de criar condições para que se façam mais Volkswagens em Portugal do que Alemanha. É o desafio que temos”, disse hoje o diretor-geral da Autoeuropa, Miguel Sanches em conversa com o primeiro-ministro e o Presidente da República durante uma visita à fábrica portuguesa da marca alemã.

Numa conversa sobre cadeias de fornecedores de fábricas automóveis com António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, o diretor-geral da Autoeuropa destacou que “as fábricas de motores instalam-se junto às fábricas que têm maior volume “. A questão da proximidade das fábricas automóveis com as fábricas de componentes é muito importante neste setor para manter os custos controlados.

Durante a visita à unidade da marca alemã em Palmela, distrito de Setúbal, o Governo anunciou que vai comprar simbolicamente quatro automóveis a quatro fábricas em Portugal para mostrar um sinal de apoio ao setor, devido à grave crise que atravessa.

“Retribuindo o sinal de confiança que a indústria automóvel demonstrou em 2016 na capacidade do país recuperar economicamente, nós também gostaríamos de dar simbolicamente um sinal de confiança naquilo que é o futuro da indústria automóvel em Portugal”, começou por dizer o primeiro-ministro durante uma vista à Autoeuropa esta quarta-feira.

As outras três fábricas automóvel em Portugal são a PSA Mangualde, distrito de Viseu, a Mitsubishi Fuso Truck Europe, no Tramagal, distrito de Santarém, e a Toyota Caetano em Ovar, distrito de Aveiro.

“Nas próximas semanas, o Conselho de Ministros irá proceder à aquisição de uma viatura em cada uma das quatro unidades industriais que em Portugal produzem de raiz veículos automóveis de diferentes categorias e, naturalmente, um deles será aqui adquirido na Autoeuropa”, afirmou.

António Costa também congratulou a fábrica portuguesa da Volkswagen pela forma como preparou o regresso ao trabalho, num momento em que o país ainda continua a sofrer com a pandemia da Covid-19.

“Parabéns à forma como implementaram este plano de segurança no trabalho, de higienização, devolveram confiança aos trabalhadores para poderem voltar ao trabalho, è às suas famílias para poderem continuar a coabitar em segurança”, destacou durante a visita à fábrica de Palmela em conjunto com o Presidente da República.

“É possível voltar ao trabalho em segurança, desde que todos cumpramos as normas de cautela adequadas”, afirmou.

Em 2019, a Autoeuropa, que conta com mais de cinco mil trabalhadores, fechou o ano com um novo recorde de produção. A maior fábrica automóvel em Portugal produziu um total de 256.878 unidades, segundo os dados divulgados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP) em janeiro. Por dia, a fábrica da Volkswagen produziu em 2019 uma média de 703 automóveis por dia, pesando quase 75% na produção automóvel total em Portugal.

Em março, a Autoeuropa sofreu uma quebra na produção de 48% para os 12.500 automóveis. Entre janeiro e março, o recuo foi de 20,7% para um total de 56.600 unidades.

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