[weglot_switcher]

Banca arrasta bolsas europeias para o ‘vermelho’

O banco português BCP sai contagiado pelo pessimismo das instituições financeiras espanholas e cai 1,91% a meio da sessão desta sexta-feira. O CaixaBank e o Sabadell tombam mais de 7%.
  • Reuters/Lucas Jackson
1 Fevereiro 2019, 12h37

A última sessão bolsista da semana está a ser sobretudo penalizada pelo setor bancário. Depois de pôr o primeiro pé em fevereiro na linha d’água, a bolsa portuguesa negoceia em terreno negativo a meio da sessão desta sexta-feira, acompanhando os deslizes das principais congéneres europeias.

O principal índice nacional desvaloriza 0,05%, para 5.126,35 pontos, sendo que as cotadas que arrastam a praça lisboetas para este cenário são essencialmente o BCP (-1,91%, para 0,37 euros), os CTT (-1,02%, para 3,11 euros) e as energéticas EDP (-0,09%), EDP Renováveis (-0,32%) e REN (-0,69%).

Para Ramiro Loureiro, trader do Millennium bcp, a banca e os dados económicos sobre a evolução da atividade industrial na zona euro e na China “condicionam” e “acabam por ofuscar os sinais de otimismo quanto às negociações comerciais, mas puxam por setores como o automóvel e o de recursos naturais”.

Os analistas do CaixaBank/BPI Research dizem mesmo que “o setor bancário europeu atravessa uma fase delicada”. “De acordo com muitos analistas e com diversas personalidades presentes no Fórum de Davos, a forma mais imediata para superar esta fase é através de fusões e aquisições. A este propósito, o CEO do italiano Unicredit rejeitou um cenário de fusão com a Société Générale”, lembram, no habitual ‘Diário de Bolsa’.

A tentar dar ânimo à bolsa de Lisboa, mas sem sucesso, está o setor do retalho e da pasta/papel. Em contraciclo estão, por exemplo: a Galp Energia (+0,15%), a Jerónimo Martins (+0,28%), a NOS (+0,71%) e a Sonae (+0,92%).

Na Europa, os principais mercados negoceiam mistos. O índice alemão DAX perde 0,23%, o britânico FTSE 100 sobe 0,31%, o francês CAC 40 desvaloriza os ligeiros 0,02%, o italiano FTSE MIB desce 0,70% e o holandês AEX ganha 0,04%.

Na bolsa de Madrid (-0,94%) destaca-se, pela negativa, a banca, depois da apresentação de vários resultados de entidades bancárias espanholas. O CaixaBank resvala 7,09%, para 3,07 euros; o Sabadell tomba 8,61%, para 0,91 euros; e o BBVA desliza 0,81%, para 5,13 euros.

Antes da abertura do mercado, o ‘dono’ do BPI revelou que os seus lucros subiram 17,8% em 2018, para 1.985 milhões de euros, quando comparado com o ano anterior. Para este ‘bolo’, o banco português – cujos lucros aumentaram para 490,6 milhões de euros – contribuiu com uma ‘fatia’ de 262 milhões de euros.

“Embora o banco tenha reduzido ativos imobiliários tóxicos, continuam altos, os saldos duvidosos são responsáveis por 11.195 milhões de euros. Estes resultados surgem num contexto em que o banco tem um excesso de pessoal de 2.175 funcionários, o que significa o fecho de 700 balcões”, explica Sergio Avila Luengo, analista da IG.

Já o Sabadell viu os seus lucros totalizarem 328 milhões, o que significou uma queda de 54% em relação aos de 2017. “A entidade foi afetada pelos problemas de migração tecnológica da sua subsidiária britânica TSB e os custos extraordinários para ajudar a limpar os balanços”, assinala o mesmo perito.

Quanto à cotação do barril de Brent, recua 0,18%, para 60,73 dólares, enquanto a cotação do crude WTI perde 0,32%, para 53,62 dólares por barril. Quanto ao mercado cambial, nota para a apreciação de 0,24% do euro face ao dólar (1,1473) e para a desvalorização de 0,23% da libra perante a divisa dos Estados Unidos (1,3070).

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.