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Banco CTT foi o mais reclamado no crédito da casa e BNI lidera reclamações nas contas

O Banco CTT lidera novamente enquanto a entidade mais reclamada no crédito à habitação, enquanto o BNI, o ActivoBank e o Abanca destacam-se com o maior número de queixas nas contas de depósitos à ordem.
17 Abril 2024, 15h06

O BNI e o ActivoBank foram os bancos com o maior número de reclamações nas contas de depósito, em 2023. Já o Banco CTT liderou as queixas no crédito à habitação no conjunto do ano passado.

O BNI recebeu 1,95 reclamações por cada 1.000 contas de depósitos à ordem, no ano passado, segundo os dados do relatório de supervisão comportamental do Banco de Portugal referente a 2023 que foi divulgado esta quarta-feira. Na lista dos mais reclamados nos depósitos seguem-se o ActivoBank e o Abanca, com 0,78 e 0,75 queixas, respetivamente.

No crédito à habitação, o Banco CTT está novamente em destaque enquanto a entidade mais reclamada, com 13,21 reclamações por cada 1.000 contratos de crédito hipotecário no ano passado. Já o BNI e o Abanca registaram 11,49 e 5,76 reclamações, respetivamente.

Quanto aos créditos aos consumidores, a CA Auto Bank – detido a 100% pelo Crédit Agricole Consumer Finance – registou 3,59 reclamações por 1.000 contratos de crédito aos consumidores, seguindo-se o Abanca Servicios Financieros, com 2,25 reclamações, e o Santander Consumer Finance, com 1,84 queixas.

“O número de reclamações de clientes bancários que deram entrada no Banco de Portugal aumentou de forma significativa em 2023, face a 2022”, indica ainda o regulador, que recebeu, no ano passado, 26.976 reclamações, o que compara com 21.778 reclamações em 2022, representando um crescimento de 23,9%.

O reembolso antecipado parcial ou total nos contratos de crédito à habitação para aquisição ou construção de habitação própria permanente com taxa de juro variável é um dos motivos para o aumento do número de reclamações.

O Executivo adotou um conjunto de medidas para apoiar as famílias com crédito à habitação, num cenário de juros elevados. Nesse âmbito, decidiu suspender a comissão de amortização antecipada até ao final deste ano. O Banco de Portugal explica que “esta medida, aprovada pelo Governo em resposta ao aumento acelerado das taxas de juro, fez com que muitos mutuários optassem por reembolsar, de forma total ou parcial, os créditos. Esta situação deu origem, por vezes, a atrasos no processamento dos pedidos apresentados pelos clientes, motivando a apresentação de reclamações”.

Fixação da prestação foi aplicada em mais de 8.600 contratos

Outra medida adotada previa a fixação temporária do montante da prestação de contratos de crédito à habitaçã0. Neste âmbito, as instituições decidiram sobre 25.879 pedidos e implementaram-na em 8.636 contratos, entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024. “Relativamente aos contratos implementados cujo impacto nas prestações foi verificado até fevereiro de 2024, a redução média na prestação após implementação da medida foi de 76 euros”, refere.

Por outro lado, foram rejeitados 17.243 pedidos. De acordo com o regulador, os “principais motivos de não aplicação da medida foram a não confirmação do pedido por parte do cliente (87,8% dos pedidos rejeitados) e o facto do contrato de crédito se encontrar em PARI (4,3% dos pedidos rejeitados)”.

O relatório adianta ainda que as “instituições decidiram sobre 56.855 pedidos de bonificação temporária de juros e implementaram a medida em 20.352 contratos. Para os pedidos de bonificação temporária de juros implementados para o período compreendido entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024, o valor médio da bonificação mensal foi de 62 euros”.

“Para os 36.503 pedidos de bonificação de juros rejeitados entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024, os principais motivos de não aplicação da medida foram a taxa de esforço do mutuário ser inferior a 35% (71,3% dos pedidos rejeitados) e o rendimento anual do mutuário ser superior ao limite máximo definido no diploma legal (4,4% dos pedidos rejeitados)”, conclui.

Notícia atualizada às 16:04

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