[weglot_switcher]

BE pede intervenção socioeconómica para impedir aparecimento de novos surtos de Covid-19

Os bloquistas consideram que é essencial garantir habitação, transportes públicos seguros e o cumprimento de regras de higiene e segurança nas empresas para evitar o contágio da doença, especialmente entre os mais pobres, que são “os mais afetados pela pandemia”.
  • Tiago Petinga/Lusa
8 Junho 2020, 15h10

O Bloco de Esquerda (BE) apelou esta segunda-feira a uma maior intervenção a nível socioeconómico para impedir aparecimento de novos surtos de Covid-19 em Portugal. Os bloquistas consideram que é essencial garantir habitação, transportes públicos seguros e o cumprimento de regras de higiene e segurança nas empresas para evitar o contágio da doença, especialmente entre os mais pobres, que são “os mais afetados pela pandemia”.

“Se queremos controlar esta doença e combater as causas desta doença, é preciso intervir no contexto socioeconómico (…) intervir nos contextos, nos determinantes e certamente que aí vamos conseguir controlar os surtos que existem e evitar o aparecimento de novos surtos”, afirmou o deputado do BE Moisés Ferreira, à saída da reunião do Infarmed, que juntou especialistas e políticos para analisar a situação da Covid-19 em Portugal.

Segundo o deputado bloquista, essa intervenção a nível socioeconómico deve procurar garantir “habitação e transportes públicos com o máximo de segurança”, impor “regras nas empresas de trabalho temporário” e “garantir que aquilo que é trabalho precário é substituído por trabalho seguro e efetivo”.

Moisés Ferreira referiu que, segundo os dados revelados na reunião do Infarmed, “não parece ser nem fruto do desconfinamento nem da irresponsabilidade ética do comportamento individual que estão a aparecer novos casos de infeção pela Covid-19”, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo, tendo em conta que “o comportamento da população é responsável e tem sido semelhante em todas as regiões”.

“Tanto na região Norte como na região de Lisboa e Vale do Tejo, os comportamentos da população em geral foram semelhantes. Na região de Lisboa e Vale do Tejo até há uma perceção acrescida do risco de contágio da Covid-19, que até pode retrair um pouco mais a população”, explicou o deputado bloquista.

O BE acredita que o aparecimento de novos surtos deve-se a “contextos” específicos, que fazem com que determinada faixa da população esteja em maior risco de contágio.

Moisés Ferreira pediu ainda uma maior pormenorização nos dados revelados pela Direção Geral de Saúde (DGS) para se perceber a que estrato social pertencem as pessoas mais afetadas pela pandemia e se possa atuar a nível político para dar resposta a esses problemas. O bloquista sublinhou ainda que, segundo os dados disponíveis, pode inferir-se que “as pessoas mais pobres são mais afetadas” pela pandemia.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.