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Católica faz “leitura muito negativa” da evolução do investimento no segundo trimestre

Os economistas do Católica Lisbon Forecasting Lab/NECEP destacam, “em particular”, que o investimento (Formação Bruta de Capital Fixo) contraiu 2,4% em cadeia, “após a forte recuperação de 8,4% do início do ano”.
30 Agosto 2019, 18h56

O Católica Lisbon Forecasting Lab/NECEP afirmou esta sexta-feira que, apesar das mesmas taxas de crescimento do PIB no primeiro e segundo trimestres, o segundo “foi bastante diferente do primeiro”, destacando a “leitura muito negativa” da evolução do investimento.

O Católica Lisbon Forecasting Lab/NECEP afirma que, apesar de o Produto Interno Bruto (PIB) ter crescido, no segundo trimestre, 1,8% na comparação com o mesmo período de 2018 e 0,5% face ao trimestre anterior, “repetindo o registo do primeiro trimestre”, “o segundo trimestre foi bastante diferente do primeiro”.

Os economistas da Católica destacam, “em particular”, que o investimento (Formação Bruta de Capital Fixo – FBCF) contraiu 2,4% em cadeia, “após a forte recuperação de 8,4% do início do ano”.

O Católica Lisbon Forecasting Lab/NECEP refere que “a leitura muito negativa decorre de expressivas contrações do investimento em máquinas e equipamentos e em ativos de construção” e adianta, contudo, que, “fruto do bom desempenho do primeiro trimestre, o crescimento manteve-se elevado em termos homólogos (6,9%), com o ‘benchmark’ de 6,8% a suportar a continuação desta dinâmica favorável de recuperação do investimento ao longo do terceiro trimestre”.

Os especialistas frisam também que, “paralelamente, o consumo privado voltou a contrair em cadeia (0,3%), o que já não acontecia há dois anos”, e prosseguem que “a decorrente leitura muito negativa é algo surpreendente, relembrando que os indicadores de alta frequência assinalavam uma fase benigna em termos de evolução do consumo privado”.

A Católica indica ainda que, “com o consumo privado praticamente estagnado e o investimento a corrigir em baixa do dado anormalmente bom do início do ano, a procura interna acabaria por contribuir negativamente em 0,9 pontos percentuais (p.p.) para o crescimento do PIB em cadeia no segundo trimestre, após o contributo de 1,4 p.p. do primeiro trimestre”, fazendo com que o crescimento de 0,5% do PIB tenha decorrido “exclusivamente do contributo positivo da procura externa líquida de importações”.

O Católica Lisbon Forecasting Lab/NECEP conclui que os dados das contas nacionais relativos ao segundo trimestre “são de leitura particularmente difícil” porque o crescimento do PIB ao mesmo ritmo do primeiro trimestre “passou a estar associado a leituras (muito) negativas ao nível das diversas componentes da despesa”.

Há três meses, a 31 de maio, o Católica Lisbon Forecasting Lab/NECEP tinha considerado que a recuperação do investimento no primeiro trimestre era “uma boa notícia”, mas que seria importante perceber nos trimestres seguintes se aquela evolução refletia sobretudo “efeitos pontuais resultantes do ciclo político” e se a “fortíssima recuperação do investimento” refletia “algum relaxamento orçamental, comum em anos eleitorais em Portugal”.

Mais recentemente, em 10 de julho, o Católica Lisbon Forecasting Lab/NECEP tinha previsto que a economia portuguesa tivesse crescido 1,8% no segundo trimestre face ao período homólogo, o que se confirmou.

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