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China rejeita plano da OMS para estudar a fundo origem da Covid-19

No plano da OMS para uma segunda fase do estudo sobre origem da Covid-19 é apresentada a hipótese de que o SARS-COV-2 poderá ter surgido de uma violação china dos protocolos de laboratório.
22 Julho 2021, 10h01

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem vindo a investigar as origens da Covid-19 em conjunto com a China. No entanto, a OMS acredita ser preciso continuar a investigar este assunto, mas a China discorda e rejeitou o plano para uma segunda fase do estudo.

“Não aceitaremos tal plano de investigação das origens [da Covid-19], pois, em alguns aspetos, desconsidera o bom senso e desafia a ciência”, justificou Zeng Yixin, ministro da Comissão Nacional de Saúde (NHC), segundo a “Reuters”.

Zeng disse ter ficado surpreso ao ler o plano da OMS porque no documento é referida a hipótese de que uma violação chinesa dos protocolos de laboratório tenha causado a disseminação do vírus. “Esperamos que a OMS analise seriamente as considerações e sugestões feitas por especialistas chineses e trate verdadeiramente a origem do vírus COVID-19 como uma questão científica”, pediu.

A 15 de julho a OMS pediu à China que fosse mais transparente quanto à revelação de dados relacionados com a origem do vírus que provoca a covid, SARS-CoV-2. “Pedimos à China que seja transparente, aberta e coopere”, apelou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Segundo Tedros, a OMS concluiu que “a introdução do vírus através um incidente laboratorial foi considerada um caminho extremamente improvável”, mas países como os Estados Unidos e alguns cientistas não ficaram satisfeitos. A teoria mais provável é a de que a Covid-19 tenha tido origem animal.

Em março de 2021 a OMS já tinha mencionado os problemas com a limitada informação fornecida pelas autoridades de saúde de Wuhan. Tedros contou durante reuniões que “os investigadores expressaram as dificuldades que encontraram para aceder a dados brutos”. “Espero que os futuros estudos incluam uma partilha de dados mais oportuna e abrangente”, sublinhou.

Por sua vez, a China defende que a investigação devia incluir outros países como é o caso dos EUA. Um estudo, publicado em junho pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) demostrou que pelo menos sete pessoas em cinco estados dos EUA estavam infetadas com a Covid-19 semanas antes da divulgação do relatório dos Estados Unidos sobre os seus primeiros casos oficiais.

Depois de revelados os resultados do NIH, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, defendeu que era “óbvio” que o surto de Covid-19 tinha “origens múltiplas” e que outros países deveriam cooperar com a OMS.

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