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Cidadãos da UE consideram que os governos devem assumir a transição energética

Um inquérito supranacional efetuado em toda a União Europeia, no âmbito do projeto de investigação GRETA (Green Energy Transition Actions) do programa Horizonte 2020 revela que os cidadãos da UE consideram que os governos devem assumir a transição energética. Dos 16 países estudados, Portugal é o que apresenta mais entusiastas pela transição energética – cerca de 50% da população.
24 Outubro 2023, 22h17

Um inquérito supranacional efetuado em toda a União Europeia, no âmbito do projeto de investigação GRETA (Green Energy Transition Actions) do programa Horizonte 2020 revela que os cidadãos da UE consideram que os governos devem assumir a transição energética.

Com base no estudo GRETA, mais de 60% dos cidadãos da UE concordam que a tradição energética é uma tarefa conjunta, para a qual todos devem contribuir. No entanto, as oportunidades de participação não são iguais para todos.

Cerca de 40% dos cidadãos podem ser classificados como – indiferentes, céticos, condicionados ou imaturos, que dificilmente aumentarão o seu envolvimento sem um apoio mais sustentado.

“A título de exemplo, um quinto dos cidadãos pertence ao grupo dos limitados, que têm consciência das questões energéticas, mas delegam na ciência a tarefa de as resolver. Podem ter interesse na poupança de energia, mas não possuem recursos para investirem por si mesmos”, lê-se no comunicado.

Com base nos estudos de caso GRETA e na investigação efetuada em vários países, os maiores entraves ao envolvimento dos cidadãos são os constrangimentos financeiros, a falta de conhecimentos e a atitude individualista de que “não vale a pena”. Muitas pessoas continuam a considerar que compete aos respetivos governos a tarefa de liderarem políticas relativas a eficiência e conservação energéticas.

Os dados mostram igualmente que existem diferenças entre países. Dos 16 países estudados, Portugal é o que apresenta mais entusiastas pela transição energética – cerca de 50% da população. É também o país com menos indiferentes, aqueles sem qualquer tipo de preocupação com as questões do clima. Em comparação, as maiores taxas de indiferentes, céticos e sem disponibilidade para ações relativas ao clima, encontram-se na Dinamarca (30%), Alemanha (26%) e Chéquia (26%).

“O governo português introduziu em 2019 modificações ao regime de autoconsumo de eletricidade renovável. Conseguiu, desta forma, apoiar a criação de comunidades de energia renovável, autoconsumo de energia individual e coletiva, bem como a troca direta. Trata-se de um bom exemplo de implementação por parte de um Estado Membro de um quadro regulamentar derivado da Diretiva de Energia Renovável da UE de 2018”, afirma no comunicado a professora assistente na Universidade LUT, Annika Wolff.

Os resultados GRETA resultam de uma investigação supranacional, envolvendo cerca de 10.000 participantes em 16 países da UE, bem como seis estudos de caso levados a cabo em Itália, Espanha, Portugal, Alemanha, Países Baixos, e globalmente na União.

A investigação foi efetuada em setembro-outubro de 2022 em 16 países da UE, incluindo Áustria, Bélgica, Chéquia, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Alemanha, Hungria, Irlanda, Itália, Países Baixos, Polónia, Portugal, Roménia e Espanha. Foram obtidas cerca de 10.000 respostas.

O tamanho da amostra corresponde a uma margem de erro de cerca de 1%, com um nível de confiança de 95% (a nível UE). A amostra respeitou critérios de idade, género, e distribuição geográfica por forma a garantir a respetiva representatividade em cada país.

De acordo com um inquérito de âmbito europeu, mais de metade dos cidadãos da UE participam já, de forma ativa, na transição energética. O mesmo estudo revela ainda que existem grandes diferenças entre países e que os obstáculos existentes não permitem um impacto mais significativo.

As questões energéticas dividem os cidadãos europeus: cerca de 60% participam já, de uma forma ativa, na transição energética, mas os restantes estão a ser negligenciados.

Com base na investigação, envolvendo cerca de 10 mil participantes de 16 países da UE, foram identificados oito perfis distintos entre os cidadãos da União, com base nas suas atitudes e comportamentos relativos à transição energética.

Os perfis diferem entre si na forma como participam de forma ativa na transição energética, nas suas atitudes, motivações e recursos relativamente a iniciativas relacionadas com energia sustentável.

Os oito perfis abrangem o espectro dos menos aos mais ativos: indiferentes; céticos; condicionados; imaturos; motivados; altos investidores; decididos; conhecedores.

O estudo mostra que 58% dos cidadãos da UE – pessoas que fazem parte dos quatro últimos perfis.

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