A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) considera que as conclusões do Eurogrupo, conhecidas durante a reunião de quinta-feira, “ficam aquém da dimensão do problema que afeta as pessoas e as empresas como consequência direta da pandemia da COVID-19”.
Em comunicado emitido esta sexta-feira, 10 de abril, a entidade deixa um apelo ao Governo para que este tome “medidas concretas e para continuar a exigir um maior envolvimento da União Europeia” (UE).
“A União Europeia tem de estar à altura das circunstâncias. Até agora, uma vez mais, não foi capaz de assumir essa responsabilidade política e histórica”, afirma o presidente da CIP, António Saraiva.
Contudo, a entidade destaca que foram alcançados avanços positivos, como “a própria existência de um acordo, mesmo que ainda fraco”.
No entanto, a a entidade liderada por António Saraiva sublinha que “o Eurogrupo voltou a falhar na aprovação de instrumentos que contribuam decisivamente para ultrapassar os impactos económicos da pandemia da COVID-19”.
“Além do envolvimento já previsto do Banco Europeu de Investimento e da aprovação de uma medida sobre o custo do desemprego, a decisão mais relevante foi a possibilidade de os países poderem acionar o Mecanismo Europeu de Estabilidade num montante de até 2% do PIB de cada Estado Membro”, acrescenta o comunicado.
A CIP salienta contudo, que “não é com um apoio de 2% do PIB que será possível segurar a economia, salvar empregos e preparar o terreno para uma recuperação rápida”, tendo em conta “todas as análises económicas, que consideram esta como sendo a mais grave crise económica dos últimos 100 anos, e quando estão à vista de todos os brutais efeitos do lockdown”.
A entidade considera por isso que “enquanto não existirem instrumentos verdadeiramente europeus, designadamente a mutualização da dívida decorrente das políticas económicas de combate aos efeitos da pandemia, estaremos sempre na eminência de um choque simétrico produzir efeitos assimétricos e, por isso mesmo, desproporcionados”.
A CIP defende que são necessárias medidas a nível europeu, chamando atenção para a mobilização de máxima importância de Portugal “para colocar no terreno medidas simples, céleres e suficientemente poderosas que impeçam a destruição de dezenas de milhares de empresas e de centenas de milhares de empregos”.
A finalizar, a entidade acredita que “é certamente preferível apoiar o emprego agora do que pagar depois os subsídios de desemprego de milhares de pessoas. As medidas que a CIP apresentou em boa hora devem, por isso, ser aprovadas e concretizadas com caráter de urgência”.
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