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Compra medicamentos online? Deco ensina a identificar falsificações

A Deco declara luta contra medicamentos falsos. Aconselha os consumidores à compram medicamentos online apenas em sites. E alerta que há portugueses a comprar, através da internet, medicamentos falsos para dores, disfunção erétil ou para emagrecer, mas também para doenças graves como tuberculose e cancro.
8 Janeiro 2019, 14h20

A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) alerta: há portugueses a comprar, através da internet, medicamentos falsos para dores, disfunção erétil ou para emagrecer, mas também para doenças graves como tuberculose e cancro.  Para evitar a compra de medicamentos ilegais, a associação dá as dicas para confirmar online se o produto que pretende comprar é legal.

Segundo a Deco, os analgésicos são a classe de medicamentos mais comprada, dando conta de que é dos Estados Unidos  de onde vem a maior parte dos medicamentos e que no caso dos medicamentos para a disfunção erétil, as encomendas vêm sobretudo da Índia ou de Singapura. Já os principais remetentes dos medicamentos para emagrecer são o Brasil, a Índia e a China.

Só em 2016 mais de 460 mil unidades de medicamentos foram retidas, devolvidas ou destruídas no âmbito de um protocolo entre o Infarmed e a Autoridade Tributária e Aduaneira.

A Associação alerta que “comprar medicamentos pela internet em sites não autorizados pode ser perigoso”, desde logo porque estes podem ser falsos, mas também esar fora do prazo ou ainda ter a composição alterada (outra substância ativa ou em quantidade insuficiente) e conter ingredientes tóxicos, bem como ter sido transportados sem precauções, o que pode afetar a qualidade.

“Como consequência, é possível que não produzam o efeito pretendido ou causem efeitos secundários inesperados”, alerta a Deco, salientando que para combater este risco para a saúde pública, a associação faz parte do projeto Fakeshare, que consiste em identificar e denunciar as páginas de internet que vendem medicamentos ilegais e/ou falsos.  Recorde-se que a página www.fakeshare.eu/pt/ está aberta a qualquer cidadão para consulta e para denúncias. Nessa página, pode confirmar se o produto que pretende comprar é legal.

A diretiva europeia sobre medicamentos contrafeitos, que a Deco acompanhou de perto desde 2008, também endureceu as suas medidas: mais controlo e inspeção aos produtores de princípios ativos, assim como mais exigências aos distribuidores para um registo mais apertado das suas atividades.

Arriscar não compensa, diz Deco

Segundo a Deco, os consumidores encontram algumas vantagens em comprar online, porque é mais cómodo, pode não exigir receita médica ou parecer mais barato. Por isso, deixa o conselho: “o melhor é comprar só em sites autorizados. Verifique a legalidade destes no Infarmed ou em Fakeshare”.

A associação realça que os sites não autorizados vendem medicamentos sem que haja a intervenção de um profissional de saúde, sem conhecerem a história clínica ou a existência de outras doenças e, por vezes, com uma composição diferente da alegada, aumentando o risco para quem os toma. Mais. O medicamento encomendado pode não ser enviado ou ficar retido na alfândega e alguns sites não garantem a confidencialidade dos dados pessoais.

Como comprar online em segurança

Desde 1 de julho de 2015, há um logótipo que identifica as farmácias online seguras, com um link para a autoridade competente do Estado-membro onde se encontra registado o site, avança a Deco, exemplificando aqui  se a farmácia estiver registada em Portugal, o link leva-o ao site do Infarmed. “Verificámos que ainda há farmácias que não têm o logótipo e a respetiva ligação”, acrescenta.

A associação explica que ao clicar no logótipo – que não está a funcionar em alguns sites de farmácias – deveria ser reencaminhado para a lista de entidades licenciadas para a venda de medicamentos online, onde pode confirmar se a entidade em questão se encontra licenciada.

Os alertas para sites suspeitos

Segundo a Deco, há várias dicas para ajudar o consumidor a perceber se está a efetuar uma compra online de medicamentos num site suspeito: não tem contactos telefónicos; pratica preços muito mais baixos do que a concorrência; vende medicamentos sem a necessária prescrição médica, o que é ilegal; ou troca os pedidos.

Para a Organização Mundial da Saúde, um medicamento contrafeito é toda a imitação de produtos de marca ou genérico, produzida fora do laboratório original, sem autorização.

“Em muitos casos, não são necessárias análises para identificar a fraude: basta a inspeção visual. As embalagens defeituosas e os rótulos mal impressos, por exemplo, são indício de falsificação”, explica a Deco, aconselhando os consumidores a preferir os sites que disponibilizam o contacto de profissionais para questões.

A associação aconselha ainda a não fornecer dados pessoais, como números de Segurança Social, cartão de crédito ou a sua história clínica. E deixa algumas recomendações em caso de viagem:  leve uma quantidade suficiente dos medicamentos que costuma tomar e alguns para problemas comuns, como analgésicos. Em especial para um país em vias de desenvolvimento, como Angola, Índia ou Tailândia.

“Se precisar de adquirir medicamentos nestes países, recorra a farmácias licenciadas. Não o faça em mercados ou na rua”, conclui a Deco, alertando para aceitar apenas medicamentos que lhe pareçam bem embalados e que a má qualidade de impressão dos rótulos e embalagens em mau estado são indício de falsificação.

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