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Conselho Nacional do CDS-PP reúne na sexta-feira para adiar congresso

Francisco Rodrigues dos Santos pediu reunião na véspera após uma carta de dirigentes regionais e distritais centristas que acusam a oposição interna de “fazer um tremendo frete ao PS”. Nuno Melo defende que “quem queira evitar o voto dos militantes não terá qualquer legitimidade”.
28 Outubro 2021, 18h30

O presidente do Conselho Nacional do CDS-PP, Filipe Anacoreta Correia, convocou uma reunião extraordinária desse órgão do partido para esta sexta-feira, a partir das 19h00, durante a qual será votado o adiamento do congresso marcado para 27 e 28 de novembro.

A convocação na véspera de um Conselho Nacional que decorrerá por videoconferência resulta de um pedido do atual líder centrista, Francisco Rodrigues dos Santos, que deveria enfrentar no congresso de Lamego a oposição do eurodeputado centrista Nuno Melo.

Na sequência de uma carta enviada também nesta quinta-feira pelo presidente do CDS-Açores, Artur Lima, e nove presidentes de distritais do partido, em que esses e outros dirigentes pediram a desconvocação do congresso para concentrar o partido no desafio das eleições antecipadas, Rodrigues dos Santos argumentou que, “por não ser indiferente aos argumentos ali apresentados em favor da necessidade de dar prioridade à preparação atempada das eleições legislativas, em vez de realização imediata de um congresso”, pediu ao presidente do Conselho Nacional que convoque uma reunião extraordinária dedicada a esse ponto.

Na carta dos dirigentes afetos à atual liderança defende-se que “com eleições legislativas num prazo máximo de 60 dias este não é o tempo adequado para o debate interno” e que “a legitimidade dos órgãos do partido é indiscutível” para definir a estratégia eleitoral e a escolha dos candidatos à Assembleia da República. E acusa-se a oposição interna de fazer “um tremendo frete ao PS” devido àquilo que consideram ser o agravamento “do clima de guerrilha e de agressividade interna a que vimos assistindo desde que o congresso foi convocado”.

Logo na manhã desta quinta-feira, face às movimentações no partido, Nuno Melo foi muito crítico com o atual líder centrista num texto partilhado no Facebook. “Quem queira evitar que o voto dos militantes, num congresso que por vontade própria pediu, com medo afinal de o perder, depois da soberba de quem esmagaria outras alternativas, não terá qualquer legitimidade, nem respeito por si próprio, representando CDS em legislativas perante o país”, escreveu o eurodeputado.

Prevê-se que Nuno Melo tenha uma nova reação às ocorrências desta quinta-feira, descritas pelos seus apoiantes como “uma golpada”, antes da reunião da comissão política nacional que irá decorrer às 21h30 na sede do CDS-PP, em Lisboa.

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