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Crédito Agrícola prepara código de conduta sustentável para fornecedores

O guia com explicações e diretrizes está em análise interna para aprovação e deverá ficar pronto a lançar ainda no primeiro semestre, disse ao Jornal Económico a diretora de Sustentabilidade do banco, Filipa Saldanha.
22 Março 2024, 14h53

O Crédito Agrícola está a preparar um código de conduta de sustentabilidade para os fornecedores que deverá estar pronto ainda neste primeiro semestre. O guia, que envolve explicações sobre os princípios do banco e orientações para as empresas que fornecem bens e serviços ao banco, encontra-se em análise interna para aprovação.

A informação foi transmitida ao Jornal Económico (JE) pela diretora de Sustentabilidade do Crédito Agrícola, à margem de uma conferência sobre gestão de risco e ESG, organizada esta sexta-feira pela sociedade de advogados SRS e pela consultora Systemic.

“É muito na ótica da pedagogia e da construção em colaboração com eles. Ou seja, não é um código que regule e que exclua a nossa relação com os fornecedores se eles não conseguirem saber qual é a sua pegada de âmbito 2 ou 3, porque estamos a lidar com fornecedores de todos os tamanhos e, muitas vezes, são microempresas”, explicou Filipa Saldanha ao JE.

“Fornecedores dos nossos eventos, porque promovemos e patrocinamos muitos eventos, portanto também essa organização, transporte, logística… Nós acreditamos que podemos fazer a diferença em contexto de proximidade, construção e pedagogia”, afirmou.

Como é que está organizado esse código? A instituição bancária liderada por Licínio Pina começa por enumerar os seus compromissos de sustentabilidade e os princípios pelos quais rege a sua atividade e, de seguida, expõe o que espera dos fornecedores (logística, informática, distribuição de alimentação, economato…) e os princípios aos quais gostaria que se vinculassem.

“Alguns desses princípios têm de ser obrigatórios. Ou seja, não vamos querer contratar fornecedores que não respeitem os direitos humanos ou que tenham práticas fraudulentas, mas todas as outras são opcionais e predispomo-nos a trabalhar com eles nessa jornada”, ressalva Filipa Saldanha.

No sector bancário, para que seja possível descarbonizar, temos de nos focar muito na descarbonização dos nossos clientes e fornecedores – Filipa Saldanha

Na intervenção pública durante a conferência, a diretora de Sustentabilidade do Crédito Agrícola lembrou que, em 2023, o banco quantificou a pegada de carbono em toda a cadeia de valor e concluiu que 99,9% da mesma está na carteira de crédito e investimentos.

Esse trabalho de quantificação foi uma das etapas do Plano de Transição Net Zero do Crédito Agrícola e abrangeu o âmbito 1 e 2 e as categorias 5, 6 e 7 do âmbito 3. “Estamos a falar de operações a montante da cadeia de valor, como por exemplo a relação com os fornecedores, e a jusante, onde está a esmagadora maioria da nossa pegada carteira de crédito)”, detalhou a especialista em ESG.

“O nosso grande foco é na descarbonização da carteira de crédito. Neste momento, estamos focados em descarbonizar oito sectores de atividade económica representados na nossa carteira, desde agricultura, energia, imobiliário residencial comercial… [hotelaria e restauração, aviação, resíduos e águas residuais e automóvel]”, reiterou Filipa Saldanha, em declarações ao JE.

O plano de transição para a neutralidade carbónica do banco, lançado em dezembro durante a COP28, estabelece as metas de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) e de 60% até 2030, além da vertente de descarbonização dessas oito indústrias.

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