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Cristas não se recandidata após derrota que custa 13 deputados ao CDS-PP

Partido atingiu um resultado de 4,25%, com pouco mais de 216 mil votos, sendo agora a quinta força política atrás do PCP que garantiu 6,46% dos votos (mais de 329 mil). Na próxima legislatura, vai ter apenas cinco deputados, contra os atuais 18. Cristas assume derrota e anuncia que sai da liderança do CDS-PP.
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    António Cotrim/Lusa
7 Outubro 2019, 01h24

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, assumiu a derrota do partido nas eleições europeias deste domingo, 6 de outubro, afirmando que perante este resultado  pedirá “a convocação de um conselho nacional do CDS com vista a um congresso antecipado”.  O partido atingiu um resultado de 4,25%, com pouco mais de 216 mil votos, sendo agora a quinta força política, atrás do PCP que garantiu 6,46% dos votos (mais de 329 mil).

O resultado eleitoral acabou por ficar no intervalo das projeções das várias televisões que apontavam para um resultado entre 2,4% e 5% para o CDS, o que já antecipava que os centristas podiam perder mais de metade do seu grupo parlamentar, ficando, de acordo com as sondagens, com menos 11 a 16 deputados face aos atuais 18 deputados. Na próxima legislativa, CDS terá cinco deputados no Parlamento, incluindo Cristas – líder da lista centrista por Lisboa nas legislativas de Outubro -, que não esclareceu se vai ficar no Parlamento nos próximos quatros anos.

Na sede do CDS-PP, no Largo do Caldas, Cristas assumiu ontem a derrota de imediato, depois de saudar os vencedores e “felicitar o PS” e “desejar a António Costa sucesso na condução dos destinos do país”.

Numa curta intervenção que não chegou a dois minutos, a líder centrista realçou que ”durante quatro anos o CDS foi uma oposição forte e construtiva a um governo socialista apoiado pelo Bloco de Esquerda, pela CDU e também pelo PAN” e que o partido sentiu muitas vezes que “foi uma voz isolada no Parlamento”.

Em momento de derrota, Assunção Cristas afirmou: “Construímos um projeto alternativo para o país que claramente não foi escolhido nestas eleições. Assumimos o resultado com humildade democrática”.

Após a reação, ainda quando não eram conhecidos os resultados finais, a líder centrista não respondeu se irá manter-se no Parlamento como deputada, tendo de seguida abandonado a sede do partido na companhia do marido.

CDS com um dos piores resultados de sempre

Com as sondagens televisivas avançadas às 20h00 deste domingo, 6 de outubro, percebeu-se ao início da noite que o CDS-PP arriscava a estar em linha com os piores resultados de sempre, nas legislativas de 1987 e 1991, quando foi alcunhado de “partido do táxi” por eleger apenas quatro ou cinco deputados, contra os atuais 18. Os resultados finais, confirmaram-no. Mais de duas décadas depois, CDS volta a ter apenas cinco deputados no seu grupo parlamentar.

A coligação Portugal à Frente, constituída pelo PSD e CDS, obteve 36,83% dos votos nas eleições legislativas de 2015, ficando com 104 deputados, à frente do PS que garantiu 85 mandatos. O PS obteve uma votação inferior de 32,38%, o que garantiu a eleição de 86 deputados, mas ao criar a geringonça acabou por criar uma maioria parlamentar que contou com os 19 deputados do BE e 17 da CDU, num total de 122 deputados.

Já nas legislativas de 2011, o CDS obteve uma percentagem 11,71%, garantindo 24 deputados.

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