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Cristina Casalinho: Depois das ‘panda bonds’, emissão noutras divisas “neste momento não é uma prioridade”

Presidente do IGCP explicou que baixas taxas de juro na Europa e o programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE) leva Portugal a focar-se atualmente nos objetivos tradicionais.
  • Cristina Bernardo
14 Outubro 2019, 12h54

Depois das ‘panda bonds’, Portugal não tem como prioridade novas emissões de dívida em outras divisas e centra agora atenções no programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE), assegurou Cristina Casalinho. A presidente do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública explicou que o Tesouro português se irá “manter fiel” aos primeiro objetivos.

“Neste momento [a emissão de dívida em outras divisas] não é uma prioridade. Há alguns desafios colocados pelas taxas de juro mais baixas, e ao nível de implementação desta segunda leva do programa de compras do BCE”, disse Cristina Casalinho, em declarações aos jornalistas à margem do seminário internacional “Public Debt Markets – Key Challenges in a Context of Deepening the EMU”, em Lisboa.

“Pelo facto do BCE estar muito próximo dos limites de detenção, se desviarmos os nosso esforços para outras moedas, dificulta a capacidade de execução do programa de compras por parte do BCE”, acrescentou, assegurando que “vamos manter-nos fiéis aos nossos primeiros objetivos”.

Questionada sobre a emissão de Obrigações a três anos no valor de dois mil milhões de renminbi (cerca de 260 milhões de euros), realizada por Portugal, em maio, a presidente do IGCP disse que “é um programa de dois anos” e a possibilidade de uma nova emissão no futuro “vai depender das condições de mercado”.

Cristina Casalinho realçou ainda sobre as baixas taxas de juro na Europa que “a grande preocupação é ajustar as políticas de emissão às condições de mercado”.

“Os gestores de dívida pública têm que se reger pelas condições de mercado. Não são as agências de dívida pública que determinam as condições de mercado, são elas que têm de se adaptar à envolvente. Se são boas ou más, não podemos fazer muito em relação a elas”, disse. “O que podemos fazer é adoptar as melhores políticas, executar da melhor forma os programas que temos em mão, de maneira a que o financiamento seja feito nas melhores condições. Temos depois é que escolher os melhores instrumentos, os instrumentos mais bem adaptados ou que os investidores preferem face às condições de mercado”, concluiu.

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