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Destino da Uber Eats está nas mãos de um português

Rui Bento é o novo diretor do serviço de entrega de refeições para o sul da Europa. Português acredita que serviço chegará a outras cidade do país.
22 Setembro 2018, 12h00

Chegou a Lisboa em novembro de 2017 para ligar pessoas a restaurantes, através de uma app que, de forma simples e conveniente, potencia a descoberta gastronómica dos seus utilizadores. Desde então, o Uber Eats, serviço de entrega de refeições da Uber, expandiu-se para outras áreas da região metropolitana de Lisboa e do Porto, onde já conta com cerca de 700 restaurantes parceiros.

“Sou constantemente surpreendido com a adesão que a Uber tem tido desde que chegou a Portugal”, disse ao Jornal Económico, Rui Bento, o novo diretor geral para o Uber Eats para a região do Sul da Europa, que assumiu o cargo no início deste mês.

Rui Bento, de 34 anos, transferiu-se de Londres para Lisboa e da Apple para a Uber em 2014, para liderar a equipa de ridesharing no mercado português. “Tínhamos o destino da Uber Portugal nas nossas mãos”, contou.

Superou o desafio de criar o mercado de mobilidade em Portugal. Atualmente com cerca de 6.500 motoristas ativos na plataforma nas cidades portuguesas, a Uber estreou-se no mercado português com o UberBLACK, o serviço premium, à semelhança do que sucedeu em São Francisco, onde a Uber começou. Mas foi com o UberX, o serviço mais económico, que Rui Bento conseguiu escalar a operação portuguesa e materializar o seu potencial ao conseguir “chegar a toda a gente”, explicou. Mais tarde, e porque as viagens em carros elétricos tinham avaliações superiores, a Uber  lançou o UberGREEN, permitindo à empresa “tomar a dianteira em tornar a mobilidade mais sustentável em Portugal”, revelou.

Quatro anos volvidos, Rui Bento foi promovido e tornou-se no primeiro – e único – português da Uber a assumir a liderança de uma divisão regional da empresa que conta com mais de 15.000 trabalhadores em todo o mundo. O desafio será o de transportar o sucesso alcançado no serviço de ridesharing para a entrega de refeições  nas cidades portuguesas, espanholas e italianas.

Uber Vs. Uber Eats

Foi a tecnologia, sucesso e experiência acumulada no ridesharing que permitiu a expansão da Uber a outras atividades. “A partir do momento em que conseguimos dar uma óptima experiência de mobilidade às pessoas, com tempos de espera e de deslocações curtos e a preços acessíveis, talvez conseguíssemos fazer o mesmo noutros setores”, revelou Rui Bento. “Desde logo, começámos a olhar para a entrega de refeições que, com a nossa tecnologia, poderíamos desenvolver e inovar”.

Mas se a base operacional é comum aos dois serviços, ambos têm propostas de valores distintas. No caso do Uber Eats, a missão, à distância de um simples click, consiste em transformar a descoberta gastronómica dos utilizadores num processo fácil, oferecendo opções diversificadas de alimentação.

Os beneficiários do Uber Eats não são apenas os utilizadores, mas também os restaurantes, para quem o serviço funciona como uma expansão das suas salas de refeições. “Aquilo que vemos nos restaurantes é que conseguimos potenciar as oportunidades de negócio que conseguem servir mais pessoas e chegar a outras zonas da cidade sem estarem constrangidos pelo tamanho da sua sala de refeições”, explicou Rui Bento.

Além disso, os estafetas entram também na proposta de valor do  Eats, porque “são uma parte fundamental do negócio”, disse Bento, acrescentando que estes podem trabalhar quando querem.

É este ecossistema que explica o rápido crescimento do número de entregas de refeições em Lisboa. Nove meses depois do lançamento na capital, “Lisboa foi uma das cidades que mais cresceu em toda a Europa”, explicou Bento. Embora sem revelar números, confessou que a operação “está a crescer significativamente acima do forecast, demonstrando que há ‘apetite’ por este serviço”.

Rui Bento tem confiança no futuro do Uber Eats e acredita que a expansão da operação para outras cidades portuguesas será uma certeza, seguindo os passos do ridesharing. Comparando com as mais de 600 cidades em que se pode chamar um Uber, o serviço de entrega ainda só está presente em 220 cidades no mundo, pelo que há margem para crescer.

Lisboa: a ‘sede’ do Sul da Europa

O desenvolvimento do Uber Eats no Sul da Europa está agora nas mãos da equipa de Lisboa, liderada por Rui Bento que, desde a sua promoção, procura um novo gestor para a função de Head of Portugal no serviço de ridesharing.

Apesar de haver uma equipa em cada país do Sul da Europa, é em Lisboa que o Uber Eats vai ter posições com funções transversais aos três mercados. Por isso, a Uber Portugal vai contratar, até ao final do ano, mais 70 trabalhadores. Neste momento, já estão abertas vinte vagas em Lisboa, às quais se somarão ainda 50 posições no Centro de Excelência da Uber.

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