Na semana em que começaram a ser anunciados os vencedores dos Prémios Nobel de 2018, a Associated Press verificou o número de homens e mulheres que foram distinguidos com o galardão desde a sua criação, em 1901, constatando uma evidente disparidade de género: 844 homens e 48 mulheres no total. A disparidade é ainda mais acentuada nos prémios relativos às áreas científicas da Física, Química e Medicina, na medida em que 30 dessas 48 mulheres receberam o Prémio Nobel da Literatura ou da Paz.
Números que ainda não incluem os prémios deste ano, nomeadamente o Prémio Nobel da Física atribuído hoje a três investigadores – Arthur Ashkin (EUA), Gérard Mourou (França) e Donna Strickland (Canadá) – que desenvolveram “invenções revolucionárias no campo da física dos lasers”. Há 55 anos que uma mulher não ganhava o Prémio Nobel da Física. A última que o tinha conseguido, Maria Goeppert-Mayer (Alemanha/EUA), em 1963, não era paga pelo trabalho que realizava e foi identificada na altura por vários jornais como “uma mãe de San Diego”.
Depois da precursora Marie Curie (Polónia/França) em 1903, Goeppert-Mayer foi a segunda mulher de sempre a receber o Prémio Nobel da Física. Nascida na Alemanha e radicada nos EUA, Goeppert-Mayer passou grande parte da sua carreira em postos de trabalho voluntário, não pagos, até ser finalmente contratada pela Universidade da Califórnia, em 1960. A investigação sobre o “modelo nuclear de camadas” que lhe valeu o prémio foi realizada durante a década de 1940, em regime de trabalho voluntário.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com