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Economia chinesa abranda em novembro face a disputas comerciais com os EUA

As vendas a retalho e produção industrial na China continuaram a desacelerar em novembro, segundo dados oficiais hoje divulgados, refletindo o impacto das crescentes disputas comerciais com os Estados Unidos.
  • Guerra Comercial EUA-China
14 Dezembro 2018, 08h19

O aumento das vendas a retalho, o principal indicador do consumo privado, recuou para 8,1%, o ritmo mais lento desde maio de 2003, depois de se ter fixado nos 8,6%, em outubro passado.

Os dados, divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas, sugerem que o recorde de vendas do comércio eletrónico, durante o dia dos solteiros, que se celebra a 11 de novembro na China, não compensa a quebra noutros setores, nomeadamente as vendas no setor automóvel, que caíram 16,1%, em termos homólogos.

A produção industrial, outro importante indicador da segunda maior economia mundial, aumentou 5,4%, em novembro, face ao mesmo mês do ano passado, depois de ter subido 5,9%, em outubro.

Foi a menor subida dos últimos dez anos.

A produção industrial é utilizada pelas estatísticas chinesas para medir a atividade das grandes empresas, com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuan (2,5 milhões de euros).

O investimento em ativos fixos foi o único indicador positivo, com um crescimento de 5,9%, entre janeiro e novembro, depois de se ter fixado nos 5,7%, nos primeiros dez meses do ano.

Os dados revelam que o crescimento da segunda maior economia do mundo deve abrandar no último trimestre do ano, depois de se ter fixado nos 6,5%, no terceiro trimestre, o ritmo mais baixo dos últimos dez anos.

Analistas preveem que a economia chinesa registe um declínio acentuado, ao longo da primeira metade do próximo ano, refletindo o pleno efeito das taxas alfandegárias impostas pelos EUA.

O Governo chinês vai definir na próxima semana as prioridades da política económica para 2019, esperando-se que fixe o déficit orçamental acima do valor para este ano, de 2,6%, e mais reduções fiscais e flexibilização da política monetária.

A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o despoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.

A liderança norte-americana teme perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes atores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

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