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Eleições na Índia: Narendra Modi quer ganhar força política para cumprir objetivo global

Numa democracia que tem tudo de grande e de imperfeita, o atual primeiro-ministro quer elevar o país a terceira potência económica global. Para isso, mantém-se desalinhado com os Estados Unidos e suporta entendimentos pouco claros – e desentendimentos pontuais – com a China e com a Rússia. Uma estratégia de risco.
19 Abril 2024, 18h30

As eleições que começam esta semana na Índia podem ser bem mais importantes que a mera eleição do próximo primeiro-ministro – que, tudo o indica, deve ser o mesmo de há vários anos: Narendra Modi. E se for assim, dizem os analistas, poderá ser de facto importante. Primeiro-ministro desde maio de 2014 – apesar da acumulação de queixas contra as suas tentações autoritárias – a sua permanência no poder implicará, face ao contexto geopolítico global, o reforço da sui generis estratégia da Índia. O país, independente desde 1947, tem mostrado uma vontade ainda não vergada (apesar das tentativas) de se manter não-alinhada nem com o Ocidente nem com a vizinha China.

Foram os Estados Unidos da América (EUA)os últimos a tentarem uma aproximação estratégica: Modi esteve ali de visita há pouco menos de um ano e foi recebido por Joe Biden com todas as mordomias dispensadas às personalidades importantes para a estratégia norte-americana. Em vista estava uma parceria que pudesse colocar a China na defensiva naquela parte do mundo em que prepondera. E também tentando afastar a Índia da ‘má influência’ da Rússia, uma vez que o país asiático não alinhou com o Ocidente nas votações na ONU contra a Rússia a propósito da guerra na Ucrânia.

Mas não foi bem isso que sucedeu. A Índia manteve-se perigosamente (na ótica de Washington) independente – tanto mais que, como recordou o embaixador Seixas da Costa em declarações ao Jornal Económico (JE), tratou de “aproveitar os saldos do petróleo russo que se seguiram às sanções” impostas pelos EUA e seus aliados. Além disso, mantendo um litígio em aberto com a China – por causa do Tibete – a Índia não encontrará nenhuma boa razão para agudizar a sensibilidade política entre as duas capitais.

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