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Empresas em Portugal são as mais “amigas do pagamento de dividendos” na Europa

A liderar o ‘top três’ de países onde as empresas mais dividendos pagam está Portugal, com um rendimento médio de cerca de 5,36%, seguido pelo Reino Unido e por Itália, conclui um estudo da Allianz Global Investors.
30 Janeiro 2019, 07h49

O rendimento médio de dividendos em Portugal foi de cerca de 5,36% em 2018, colocando o país no primeiro lugar do ranking das empresas europeias que mais pagam dividendos, segundo um estudo da Allianz Global Investors.

De acordo com o “Dividend Report 2019”, as empresas europeias são particularmente “amigas do pagamento (de dividendos)” face a outros mercados, apresentando rendimentos em média de cerca de 3,8%. A liderar o ‘top três’ das empresas europeias que mais dividendos pagam está Portugal, seguido pelo Reino Unido (4,97%) e por Itália (4,79%).

No final de 2018, e nos últimos 45 anos, o rendimento de dividendos das ações europeias era em média de 3,8% em todo o mercado, face aos 3,2% na América do Norte e os 2,0% na Ásia-Pacífico, explica a gestora de investimentos e ativos.

Em 2019, os especialistas da AllianzGI prevêem que as empresas do MSCI Europe paguem dividendos de cerca de 350 mil milhões de euros[1], o que significa que as empresas europeias pagariam novamente valores recordes aos seus acionistas – cerca de 16 mil milhões de euros (4,8%) a mais do que em 2018.

A Allianz estima que as empresas do MSCI Europe paguem cerca de 350 mil milhões de euros em dividendos este ano, com estes a representar um “importante fator de instabilidade para os investidores” num ano onde os riscos e a incerteza global dominam o cenário internacional.

“Os pagamentos de dividendos atuam com um airbag na carteira de um investidor, que pode ser particularmente vantajoso em especial na perspetiva de uma situação de mercado menos favorável. Os dividendos estabilizam a carteira pois mitigam as adversidades no preço e geram rendimentos previsíveis”, salienta Hans-Jörg Naumer, diretor de análise de mercado de capitais e co-author do estudo.

Este cenário significaria “que as empresas europeias pagariam novamente valores recordes aos seus acionistas”, traduzindo-se em cerca de 16 mil milhões de euros, isto é uma subida de 4,8%, a mais do que em 2018.

O estudo conclui ainda que as ações com elevados dividendos” parecem evoluir de uma forma muito menos volátil do que as de empresas com pagamentos de dividendos mais baixos”. A gestora exemplifica com a volatilidade das empresas norte-americanas que pagam dividendos ser “significativamente menor” face às empresas sem pagamento de dividendos e aponta que desde os anos 90 a tendência se estende às ações europeias.

“Esperamos um crescimento económico na Europa por volta de 1,5% em 2019. Mas, à medida que as torneiras de liquidez global se fecham, a pressão vai aumentar”, disse Jörg Vries-Hippen, CIO da Equity Europe e gestor do fundo Allianz Europe Equity Dividend.

Jörg Vries-Hippen explica que uma desaceleração do crescimento económico afeta países altamente endividados como a Itália, mas também economias como francesa e a alemã. “A UE é vulnerável e os altos e baixos dos mercados de ativos europeus vão ainda depender de como finalmente se desenrolar o Brexit”, acrescenta.

 

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