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Empresas esperam retorno do investimento em IoT em dois anos

Na era dos telemóveis e das cidades inteligentes, uma empresa ou um lar que tenham aparelhos capazes de serem autênticas máquinas de recolha de dados e “moços de recados” automatizados podem ter vantagens competitivas e libertar tempo aos (verdadeiros) humanos.
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1 Janeiro 2019, 13h00

As organizações sabem disso e têm investido em Internet das Coisas (IoT, sigla em inglês) para atingir metas que extravasam a eficiência processual.

De acordo com um estudo realizado pela IDG Connect para a Fujitsu, as empresas esperam um retorno de investimento em IoT relativamente rápido, com quase metade (46%) a garantir que espera colher os frutos desta aposta dentro de dois anos.

Segundo estas tecnológicas, uma boa forma de diferenciação está nessa ligação entre dispositivos “anteriormente ‘estúpidos’ a redes sensoriais”. Entre as vantagens da Internet das Coisas, conforme refere o estudo, está a ajuda às empresas na recolha de dados em tempo real, antecipação de problemas de serviço e necessidades dos clientes, transformação da experiência do utilizador, automação de operações e construção de melhores produtos.

“São cada vez mais frequentes as notícias de parcerias estratégicas que se formam entre organizações, a procura de novos talentos e ideias, com o apoio das grandes empresas em academia e startups. Na Europa dos 28, o mercado da IoT, liderado por países como a Alemanha, Holanda e Suécia, espera até 2020 um significativo aumento das receitas, na ordem dos 1,181 mil milhões de euros”, explica ao Jornal Económico Filipa Barreira Ferreira, advogada associada da CCA Ontier.

Ainda assim, o inquérito da Fujitsu – feito durante o verão junto de 330 empresas (incluindo portuguesas) – concluiu que, devido à complexidade da IoT, as empresas estão a virar-se para fornecedores de serviços e  de equipamentos que as apoiem na implementação. Porém, estes serviços externos não estão a corresponder às expectativas, gerando preocupações, tais como a necessidade de um melhor suporte (24%); de uma colaboração mais próxima (23%); os preços (20%); a flexibilidade contratual (17%); e mais opções as-a-service prontas a utilizar (15%).

Em relação à maturidade da IoT, três em cada quatro das empresas participantes (com mais de 250 colaboradores) apontou o seu bom funcionamento, com resultados efetivos (38%), e a sua operação em áreas-chave (35%). Contudo, as mesmas consideram que a conectividade da rede, a falta de conhecimentos e as mudanças regulatórias são os principais obstáculos à uma implementação com sucesso.

Além disso, enquanto investidores nestas redes, as organizações preocupam-se sobretudo com a proteção dos dados e a gestão dos constrangimentos legais que podem surgir no âmbito de projetos relacionados com IoT, segundo Margarida Leitão Nogueira, associada sénior da DLA Piper ABBC. “A verdade é que têm subjacentes inovações tecnológicas em constante evolução, abrangendo uma série de matérias jurídicas distintas que podem incluir desde aspetos regulatórios relacionados com privacidade, ciências da vida, telecomunicações, Propriedade Intelectual (PI) e relações de consumo”, argumenta a advogada.

A seleção do IoT como tendência de cibersegurança para 2019, bem como os sistemas de acesso biométrico, também é partilhada pelo Exclusive Group. “O crescimento tecnológico a que temos assistido nos últimos anos é benéfico aos mais variados níveis e faz parte da evolução das sociedades. Contudo, é premente a necessidade de novas e eficientes medidas de segurança cibernética, que permitirão a empresas, particulares e até mesmo às sociedades, manterem- -se imunes às ameaças”, alertou Elizabeth Alves, sales manager da Exclusive Networks em Portugal.

No conforto de casa dos portugueses, esta conexão entre o digital e o real continuará também a ganhar peso. À medida que o comando da televisão passa a ser uma app do telemóvel e o despertador deixa de dizer apenas as horas e tornar-se ardina e meteorologista, os próprios eletrodomésticos, como o frigorífico, estarão cada vez mais aptos para fazer as tarefas rotineiras. “Por exemplo, quando houver consumo de determinados produtos, o frigorífico terá inteligência artificial que lhe permitirá encomendar a reposição dos mesmos”, exemplifica ao Jornal Económico Filipe Moura, co-founder da Ifthenpay.

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