[weglot_switcher]

Empresas portuguesas antecipam que impactos da crise se prolonguem por mais dois anos

As maiores dificuldades traduzem-se em constrangimentos na liquidez dos devedores. O estudo da Intrum indica que 46% das empresas inquiridas afirma que as condições de pagamento que oferecem atualmente aos clientes são muito generosas e que as prejudicam.
16 Junho 2021, 14h27

A economia portuguesa está fortemente dependente do sucesso do plano de vacinação e do regresso dos turistas para que a sua recuperação seja estável e consistente. Para as empresas, essa recuperação também deve ser rápida de forma a que os impactos da crise sanitária não se prolonguem para além do expectável.

De acordo com o European Payment Report 2021 (ERP), divulgado esta quarta-feira pela consultora Intrum, 36% das empresas inquiridas acreditam que levará pelo menos um a dois anos até que a Covid-19 deixe de ter um impacto financeiro negativo nos seus negócios – 14% acredita que isso só acontecerá em 2023.

Um desses impactos traduz-se em constrangimentos na liquidez dos devedores devido à pandemia. Mais de metade das empresas (52%) afirmam que este obstáculo representa um grande desafio para os pagamentos imediatos nos próximos 12 meses – quatro pontos percentuais acima da média europeia.

Além disso, 64% das empresas inquiridas estão mais preocupadas do que nunca com a capacidade dos seus devedores em pagarem nos prazos, valor este superior à média europeia que é de 62%. Ainda assim, 46% afirma que as condições de pagamento que oferecem atualmente aos clientes são muito generosas e que os prejudicam enquanto empresa – três pontos percentuais acima da média europeia.

O estudo da Intrum demonstra ainda que 31% das pequenas e médias empresas (PME) pediu aos seus fornecedores condições de pagamento mais prolongadas do que o habitual, a fim de cumprirem os compromissos financeiros assumidos como forma de dar resposta à crise. No que diz respeito às grandes empresas, 26% desenvolveram novos produtos e serviços e 21% solicitaram a prorrogação das suas obrigações com empréstimos.

O EPR 2021 revela que 37% das PME e 21% das grandes empresas têm como medida principal a redução de custos, de modo a estarem preparadas para uma desaceleração económica.

Covid impulsionou digitalização 

Com a chegada da pandemia, também chegou uma aceleração na digitalização, com 38% das PME a afirmarem este facto.

De acordo com o EPR 2021, quase metade das empresas portuguesas (48%) considera que em 2021, existe um maior entusiasmo relativamente ao crescimento e futuro dos negócios, do que em outros anos. Também 58% dos inquiridos portugueses afirmaram que a pandemia serviu como motivação para melhorar a gestão de risco dos pagamentos em atraso nos negócios.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.