Espanhóis da Merlin defendem que Pedro Sanchéz deve seguir o exemplo de António Costa

O presidente executivo da Merlin Properties defende que Pedro Sanchéz deveria seguir o exemplo do primeiro ministro português António Costa na decisões tomadas em relação à economia, segundo conta o jornal “Expansión” esta sexta-feira, 17 de janeiro.

Ismael Clemente participou na quinta-feira num fórum organizado pela consultora PwC tendo como base o perigo de “priorizar a ideologia sobre a economia” e alertou para a saída de algum fundo, com medo de uma mudança radical no novo governo após a entrada do Podemos, de extrema-esquerda.

O CEO da empresa imobiliária salientou que é necessário saber quais medidas que o novo Governo pretende aplicar, dando como exemplo o executivo de esquerda do primeiro Governo de António Costa. “Se optar pelo caminho português, nada vai acontecer e vamos apreciar as reformas feitas nos últimos anos. Mas se a ideologia prevalecer sobre a economia, podemos ter alguns problemas”, afirmou.

Ismael Clemente disse que, embora a maioria dos investidores estejam calmos, há alguns “encontros americanos”. “Isto tem muito a ver com o facto de o dinheiro ter uma ideologia. Um investidor disse-me uma vez que, quando vê um martelo e uma foice aparecer, ele foge”, afirmou o responsável da Merlin.

A Merlin Properties entrou na quarta-feira, 15 de janeiro, na Bolsa de Lisboa, tendo subido 1,86% na sua estreia para 12,60 euros. A cotada iniciou a negociação no índice geral da Euronext Lisboa (PSI) a cotar 12,37 euros, a cotação de fecho na bolsa de Madrid na terça-feira.

A empresa vai emitir um total de 470 milhões de ações com o valor nominal de um euro por ação. Além da bolsa de Lisboa, as ações da empresa estão a negociar nas bolsas espanholas de Madrid, Barcelona, Bilbao e Valência. A Merlin Properties detém ativos imobiliários nos segmentos de escritórios, retalho e logística, principalmente em Espanha. A companhia tem 10% dos seus ativos em Portugal, com uma carteira de nove ativos, representando um  investimento de 900 milhões de euros.

Na cerimónia de lançamento da cotada na bolsa de Lisboa na terça-feira, o presidente executivo da Merlin Properties anunciou que a empresa quer continuar a aumentar os seus ativos em Portugal de “forma paciente e efetiva”. “Cumprimos hoje um objetivo estratégico da nossa empresa ao entrarmos na bolsa portuguesa”, afirmou Ismael Clemente, apontando que a companhia pretende ter entre 15% a 20% dos seus ativos em Portugal.