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Esta app transforma-o numa estrela de Hollywood mas já está a gerar controvérsia

Depois da aplicação FaceApp ter causado polémica, surge agora a ZAO. Críticos dizem que esta tecnologia pode ser usada para criar vídeos falsos que, no limite, podem manipular eleições.
  • DR REUTERS / Florence Lo
2 Setembro 2019, 18h00

Foi lançada na sexta-feira passada na App Store chinesa e já acumulou milhões de utilizadores. No entanto, esta aplicação, que permite o utilizador transformar o rosto em celebridades, já está a levantar algumas questões relativamente à proteção e privacidade de dados biométricos.

Com a ajuda de um sistema de Inteligência Artificial (IA) a app permite que os utilizadores recriem cenas de filmes famosos com os seus rostos usando a tecnologia deepfake. Basta os utilizadores fazerem login e registarem o seu número de telemóvel, bem como algumas imagens da sua cara tiradas com o smartphone. Uma vez na app, podem escolher um leque de vídeos com celebridades nos quais podem “estampar” a sua cara e depois partilhá-los com o seu grupo de amigos.

https://twitter.com/AllanXia/status/1168049059413643265?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1168049059413643265&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.theguardian.com%2Ftechnology%2F2019%2Fsep%2F02%2Fchinese-face-swap-app-zao-triggers-privacy-fears-viral

Segundo a Reuters, alguns utilizadores estão preocupados com a violação dos seus dados privados, pois um dos termos de utilização da aplicação implica que quem fizer upload de imagens tem que entregar os direitos de utilização à ZAO e permitir que a empresa as utilize para fins comerciais. Nos termos e condições da aplicação a ZAO afirma ter direitos “gratuitos, irrevogáveis, permanentes, transferíveis e relicenciados” a todo o conteúdo gerado pelo usuário. À medida que a app se tornou viral, alguns usuários reclamaram que a política de privacidade poderia colocá-los em risco.

Na rede social chinesa Weibo, a ZAO admitiu “perceber a ansiedade das pessoas relativamente à privacidade de dados” e que vai “corrigir as áreas que ainda não foram consideradas”.

À medida que a app se tornou viral, alguns utilizadores reclamaram que a política de privacidade poderia colocá-los em risco. Os críticos dizem que a tecnologia deepfake pode ser usada para criar vídeos falsos para manipular eleições, difamar alguém ou potencialmente causar distúrbios, espalhando desinformação em grande escala.

Recorde-se que recentemente a FaceApp, uma aplicação russa capaz de envelhecer a cara dos utilizadores, que também se tornou viral rapidamente, angariou milhões de dados de utilizadores num curto espaço de tempo e levantou algumas preocupações relativamente à utilização de dados indevidamente.

 

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